Polónia acusa migrantes de atacarem polícia e militares na fronteira com a Bielorrússia. Migrantes garantem que estão apenas a defender-se.
O Ministério da Defesa polaco divulgou um vídeo que mostra o que diz serem migrantes a atacar membros das forças da autoridade e tentando "destruir a vedação para entrar em território polaco", acrescenta que a polícia fronteiriça utilizou "gás lacrimogéneo para reprimir" aquilo a que chamou de "agressão por parte dos migrantes". Mas do outro lado da barricada a história que se conta é outra.
Um curdo que aguarda na fronteira de Kuznica-Bruzgi dizia que _"_passaram nove noites" a "dormir na floresta, ao frio, com fome", à espera que a Europa "abra o caminho", mas que a Polónia não deixa "que ninguém" os "ajude" e acrescentava que as pedras são a resposta ao gás lacrimógeneo que é disparado contra eles.
O ministro dos Negócios Estrangeiros russo condenava a ação polaca, até porque Moscovo é aliado da Bielorrússia. Sergei Lavrov afirmava que "o comportamento do lado polaco é absolutamente inaceitável" e acrescentava que "o uso de gás lacrimogéneo, canhões de água e tiros disparados sobre as cabeças dos migrantes em direção à Bielorrússia mostra o desejo de esconderem as suas ações".
São milhares os migrantes que aguardam, em condições muito complicadas, uma oportunidade para atravessar uma das fronteiras entre a Polónia e a Bielorrússia para chegar à União Europeia.