Desespero dos migrantes encurralados em "terra de ninguém"

Desespero dos migrantes encurralados em "terra de ninguém"
Direitos de autor  AP Photo
De  Teresa Bizarro  com Agências

Autoridades polacas usaram canhões de água e gás lacrimógeneo para travar cerca de uma centena de migrantes que forçaram a entrada

Milhares de migrantes permanecem encurralados em "terra de ninguém" entre a Polónia e a Bielorrússia. Cerca de uma centena tentou forçar a entrada, junto a Kuźnica. As forças polacas estacionadas na fronteira usaram canhões de água e gás lacrimogéneo para impedir a passagem.

Varsóvia acusa as autoridades bielorrussas de dar granadas de fumo aos migrantes que tentavam atravessar a fronteira.

A União Europeia insiste que a Bielorrússia está a instrumentalizar os migrantes, permitindo a entrada no país e encaminhando-os para a Polónia, Letónia e Lituânia.

De visita a um centro de refugiados polaco em Michałowo, a comissária europeia para os Direitos Humanos considerou a situação como "extremamente complexa e problemática". Dunja Mijatović diz que é visível "o enorme sofrimento das pessoas que são deixadas no limbo" e declara ser "absolutamente inaceitável o que a Bielorrússia está a fazer e a forma como as pessoas são manipuladas".

O presidente bielorrusso falou esta terça-feira ao telefone com a chanceler alemã. Sem detallhar, disse que propôs a Merkel uma solução para o problema. Lukashenko voltou a recusar responsabilidade no aumento do fluxo migratório nas fronteiras dos países da União Europeia.

"Não estamos a recolher refugiados em todo o mundo e a trazê-los para a Bielorússia, como a Polónia disse à União Europeia. Aceitamos na Bielorrússia aqueles que vêm legalmente. Aceitamo-los aqui, da mesma forma que qualquer outro país o faria. Àqueles que violam a lei, mesmo no mínimo, pomos num avião de volta," declarou o Presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko.

A maioria dos migrantes estacionados na fronteira bielorrussa vem de países do Médio Oriente. Há famílias inteiras a céu aberto, com temperaturas cada vez mais baixas. A travessia já custou a vida a pelo menos 11 pesssoas.

Notícias relacionadas