União Europeia vai intervir no Canal da Mancha

A Agência de Fronteiras da União Europeia vai enviar um avião para monitorizar a costa no Canal da Mancha em busca de atividade migratória a partir de um de dezembro.
A decisão foi tomada numa reunião de emergência no porto de Calais. O Reino Unido não foi convidado, devido à tensão que tem existido entre Paris e Londres. Ainda assim, o ministro do Interior francêsesclarecia que esta não foi "uma reunião antibritânica" mas "pró-europeia".Gérald Darmanin acrescentava que é precisotrabalhar com o "amigo britânico" mas há coisas que é preciso dizer-lhe: "precisamos que nos ajude a lutar, coletivamente, contra os traficantes mas também, e foi sublinhado hoje por todos os oradores, contra o facto de o país ser atrativo para os migrantes".
As partes presentes comprometeram-se a trabalhar em conjunto e mais estreitamente contra as redes de tráfico de migrantes e o comércio destes barcos insufláveis utilizados nestas travessias perigosas por pessoas que fogem do conflito ou da pobreza no Afeganistão, Sudão etc.
Ylva Johansson, a comissária europeia para os Assuntos Internos explicava que durante o encontro se falou da forma sistematizada como operam estes "grupos criminosos organizados", quase "à escala industrial na organização destas viagens". É por isso que é "muito importante uma cooperação policial ainda mais estreita com a ajuda e apoio da Europol", afirmava Ylva Johansson.
Mas esta solução de trabalhar em conjunto para travar o fluxo migratório não é partilhada pelos manifestantes que protestavam em Calais. Uma jovem dizia que a solução passa por uma política de acolhimento, não de tentar vencer pelo cansaço, porque se estes migrantes se fazem a este caminho "perigoso é por causa dessas políticas mortíferas".
O correspondente da Euronews, Sandor Zsiros, adiantava que "esta foi a primeira reunião intergovernamental, de sempre, na cidade de Calais sobre a questão, premente, da imigração. Apesar de o Reino Unido ter sido excluído da discussão os líderes presentes disseram que este foi um passo na direção certa. Mas encontrar uma solução europeia duradoura será uma tarefa difícil, já que os 27 Estados-membros da UE estão divididos sobre a matéria".