Newsletter Boletim informativo Events Eventos Podcasts Vídeos Africanews
Loader
Encontra-nos
Publicidade

2021: O ano da pressão migratória como arma de arremesso contra a UE

2021: O ano da pressão migratória como arma de arremesso contra a UE
Direitos de autor  AFP
Direitos de autor AFP
De Pedro Sacadura
Publicado a
Partilhe esta notícia Comentários
Partilhe esta notícia Close Button
Copiar/colar o link embed do vídeo: Copy to clipboard Copied

O bloco comunitário passou a enfrentar uma nova ameaça nas fronteiras externas da Polónia, Lituânia e Letónia com a Bielorrússia

PUBLICIDADE

Entre os vários desafios que se colocaram à Europa, 2021 ficou marcado pelo uso da migração como arma de pressão massiva contra a União Europeia (UE) por parte da Turquia, por Marrocos e pela Bielorrússia, que se afirmou neste campo.

"Guerra híbrida" foi um dos termos usados para descrever a crise que surgiu nas fronteiras externas da União Europeia com a Bielorrússia.

"A Europa, a nossa casa comum, está ameaçada. Neste preciso momento, está em curso uma 'guerra híbrida' na fronteira entre a Polónia e a Bielorrússia, que Alexander Lukashenko - com o apoio de Vladimir Putin - declarou contra toda a União Europeia", sublinhou o primeiro-ministro da Polónia, Mateusz Morawiecki, quando o país começou a sofrer a pressão migratória vinda da Bielorrússia.

A Polónia e os vizinhos Bálticos, Lituânia e Letónia, acusaram o presidente da Bielorrússia de encorajar a vinda de migrantes do Médio Oriente para o espaço europeu.

Bruxelas, por outro lado, denunciou uma manobra de retaliação por causa das sanções impostas ao regime de Lukashenko na sequência da repressão brutal de manifestantes antigovernamentais.

Na resposta à pressão exercida por Minsk, os Estados-membros do leste europeu ergueram vedações.

Ao mesmo tempo, multiplicaram-se os pedidos para a União Europeia financiar muros de forma a impedir a passagem ilegal de migrantes.

Os apelos acabariam por esbarrar na resistência de Bruxelas.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, deixou claro que "não haverá financiamento de arame farpado e de muros."

Agência europeia Frontex sob pressão

Em 2021, a própria agência europeia de controlo de fronteiras enfrentou vários dilemas.

A Frontex foi acusada de fechar os olhos aos reenvios forçados (pushbacks) e ilegais de migrantes nas fronteiras da Grécia.

A agência, sedeada em Varsóvia, negou as alegações, mas o escândalo afetou, e muito, a reputação da Frontex.

O diretor-executivo da agência, Fabrice Leggeri, disse não haver provas de que representantes da agência tenham participado nas atividades ilegais.

Paralelamente, a Frontex também se viu envolvida em acusações de má gestão e de caos no processo interno de recrutamento.

Tensão França-Reino Unido

Num ponto diferente da Europa, o Reino Unido envolveu-se num braço-de-ferro com França em 2021.

Em causa esteve a travessia de migrantes no Canal da Mancha.

Milhares de migrantes lançaram-se ao mar em pequenas embarcações, a partir do norte de França, à procura de uma vida melhor no Reino Unido.

Mas em novembro a tensão aumentou, depois de um naufrágio, que matou pelo menos 27 migrantes que tentavam a travessia.

O presidente francês pediu a ajuda do Reino Unido para resolver o problema.

"Se quisermos resolver o problema da migração - que se tornou um problema humanitário - entre os dois territórios, precisamos de ter um novo compromisso dos britânicos porque o motivo dessas mulheres e homens estarem aqui, nestas condições terríveis, não é por quererem asilo em França", ressalvou o presidente francês Emmanuel Macron.

Na Europa, a própria política migratória continuou por resolver em 2021.

Falta um entendimento sobre o novo pacto europeu em matéria de migrações e asilo apresentado pela Comissão Europeia.

A migração continua a ser o calcanhar de Aquiles da Europa e fazer com que os Estados-membros se entendam adivinha-se um cavalo de batalha tão difícil de gerir como a própria crise.

Ir para os atalhos de acessibilidade
Partilhe esta notícia Comentários

Notícias relacionadas

Cerca de 1,8 milhões de portugueses vivem com menos de 632 euros por mês

Enviado da UE insta os EUA a juntarem-se ao Ocidente nas sanções contra a Rússia

Gabinete de Tihanouskaya em Vilnius suspende atividades devido à degradação da sua segurança