A complicada relação entre Alemanha e Rússia

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Direitos de autor Tobias Schwarz/Copyright 2022 The Associated Press. All rights reserved
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De  Bruno SousaJona Källgren
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Recusa da Alemanha em enviar armas à Ucrânia não é vista com bons olhos pela NATO

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No coração de Berlim, podemos encontrar um memorial de homenagem aos mais de 80 mil soldados soviéticos que perderam a vida na batalha que libertou a capital alemã dos nazis e precipitou o fim da Segunda Guerra Mundial. Hoje em dia, o monumento espelha a complicada relação que a Alemanha tem desde então a Rússia, vista como um país invasor mas ao mesmo tempo o país que os libertou da tirania.

A ligação entre Berlim e Moscovo ainda está bem presente entre a população. Sergej Sumlenny é um especialista em assuntos relacionados com a Europa de Leste, explica que "a sociedade alemã tem profundamente enraizado o apaziguamento à Rússia. Os alemães tentam encontrar desculpas para eles e ignoram os países que chamam de "países menores", ou os países que se encontram entre Alemanha e Rússia".

Essa ligação afetiva é agora apontada pelos aliados da NATO devido à recusa da Alemanha em enviar armas para a fronteira entre Ucrânia e Rússia, onde a aliança ajuda Kiev a proteger a sua integridade territorial.

Em relação ao agravamento das sanções financeiras, também não há consenso a ocidente mas a divisão não se verifica apenas entre os vários países europeus. Também no seio da Alemanha e mesmo dentro do governo se multiplicam as opiniões.

Esperava-se que a nova coligação no poder adotasse uma postura mais dura relativamente à Rússia mas para já, ainda não se conseguiram colocar todos na mesma página. Stefan Meister, do Conselho Alemão de Relações Externas, refere que "a ministra dos Negócios Estrangeiros diz uma coisa, a ala social-democrata no Bundestag diz outras... e o chanceler fala por si. A posição da Alemanha não é clara porque ainda não foi encontrado um consenso."

Enquanto vários países fornecem ajuda militar às tropas ucranianas e da NATO na fronteira com a Rússia, a Alemanha tenta ser ao mesmo tempo um membro da aliança e uma ponte para Moscovo.

O novo governo no poder na Alemanha mantém a abordagem muito cautelosa a tudo o que diz respeito à Rússia, à semelhança do que acontecia com o governo anterior. Uma posição frustrante para os aliados na NATO, mas que para os alemães serviu os interesses do país e da Europa nas últimas décadas.

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