Coreia do Norte testa o míssil mais potente desde que Biden tomou posse

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De  Maria Barradas com AP
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A Coreia do Norte lançou o míssil mais potente desde que Joe Biden tomou posse, numa escalada que vai no sétimo lançamento desde o início do ano

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A Coreia do Norte disparou este domingo o que parece ser o míssil mais poderoso que testou desde que o presidente dos EUA, Joe Biden, tomou posse.

Os militares japoneses e sul-coreanos disseram que o míssil foi lançado numa trajetória para evitar os espaços territoriais dos vizinhos, e atingiu uma altitude máxima de 2.000 quilómetros, tendo viajado 800 quilómetros antes de se abater no mar.

Tóquio reagiu imediatamente pela voz do secretário-geral do governo, Hirokazu Matsuno.

"Certas atividades da Coreia do Norte, incluindo o disparo consecutivo de mísseis balísticos, constituem uma grande ameaça à paz da nossa nação, da região e da sociedade internacional. O disparo de um míssil balístico de tão alta intensidade viola o Conselho de Segurança das Nações Unidas e nós protestamos veementemente contra a Coreia do Norte", disse.

Na Coreia do Sul, o presidente Moon Jae-in disse que a situação começa a assemelhar-se a 2017 e reuniu o Conselho de Segurança Nacional

Lee Choon Geun, um perito sul-coreano em mísseis diz que os detalhes de voo dos mísseis sugerem que a moratória da Coreia do Norte já está quebrada.

Este foi o 7° lançamento desde o início do ano. Um ritmo que os analistas consideram invulgarmente rápido e interpretam como uma forma de Pyongyang pressionar a administração Biden sobre as negociações nucleares, numa altura em que o país está economicamente muito debilitado, pela pandemia, pela má gestão e pelas sanções.

O lançamento ocorreu após o líder norte-coreano Kim Jong Un presidir a uma reunião do partido no poder, a 20 de janeiro, onde membros superiores do partido fizeram uma ameaça velada de levantar a moratória, citando o que consideravam ser hostilidade e ameaças dos EUA.

Em abril de 2018, o líder norte-coreano declarou que "já não eram necessários para o Norte mais testes nucleares e testes de foguete balístico de alcance intermédio e intercontinental", uma vez que prosseguia a diplomacia com o então Presidente dos EUA, Donald Trump, numa tentativa de aproveitar as suas armas nucleares para obter benefícios económicos muito necessários ao país.

O lançamento ocorreu três dias após a Coreia do Norte ter disparado dois mísseis balísticos de curto alcance para o mar e ter testado, na terça-feira, um par de supostos mísseis de cruzeiro de longo alcance, enquanto prometia reforçar o seu "dissuasor de guerra" nuclear e construir armas mais poderosas.

Especialistas consideram que Pyongyang poderá parar a onda de testes de mísseis após o início dos Jogos Olímpicos de inverno de Pequim, na próxima semana, por respeito à China, o seu maior aliado, mas também se espera que possa aumentar significativamente a fasquia nas manifestações de armamento quando os Jogos Olímpicos terminarem em fevereiro para chamar a atenção da administração Biden, que se tem concentrado mais em confrontar a China e a Rússia sobre o seu conflito com a Ucrânia.

A Coreia do Norte justificou a sua atividade de testes como um exercício dos seus direitos à autodefesa e ameaçou com uma ação mais forte após a administração Biden ter imposto novas sanções depois de dois testes de um suposto míssil hipersónico no início deste mês.

Embora desesperado por alívio externo, Kim Jong Un não demonstrou qualquer vontade de entregar as armas e mísseis nucleares que vê como a sua mais forte garantia de sobrevivência. Os analistas dizem que a campanha de pressão visa forçar Washington a aceitar a Coreia do Norte como uma potência nuclear e converter o seu desarmamento nuclear - por diplomacia de ajuda - em negociações para a redução mútua de armas.

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