Sviatlana Tsikhanouskaya exige retirada das tropas russas da Bielorrússia e acusa Governo do ditador Alexander Lukashenko de participar num crime internacional na Ucrânia
A líder da oposição bielorrussa, Sviatlana Tsikhanouskaya, lançou uma "mobilização antiguerra" na Bielorrússia.
Tsikhanouskaya sublinhou a ilegitimidade do Governo do ditador Alexander Lukashenko, acusando-o de estar a praticar um "crime internacional" em conjunto com a Rússia e de violar a legislação do país, em particular o Tratado de Amizade assinado entre a Bielorrússia e a Ucrânia, em 1995.
O manifesto para esta "mobilização antiguerra" foi publicado nas redes sociais.
"É dos nossos aeródromos que os aviões descolam e lançam bombas sobre Zhytomyr, são lançados rockets dos nossos campos em Chernigov. Centenas de tanques entram todos os dias na Ucrânia através dos nossos postos fronteiriços. Estou a declarar uma mobilização antiguerra. Na próxima semana, todas as nossas ações deverão conduzir a dois resultados: os bielorrussos já não são vistos como agressores, os militares bielorrussos recusam-se a participar na guerra ou passam imediatamente para o lado dos ucranianos", referiu a líder da oposição bielorrussa.
Embora Alexander Lukashenko negue qualquer intervenção militar direta, o Kremlin anunciou que na terça-feira, as tropas da Bielorrússia foram mobilizadas, pela primeira vez, para a Ucrânia onde se vão juntar à guerra ao lado dos russos.
No início da semana, o Governo de Minsk aprovou uma revisão constitucional que termina com a neutralidade nuclear do país.