Presidente lituano adiantou que os suspeitos serão entregues à Lituânia, mas não especificou quando.
Duas pessoas suspeitas de terem atacado em Vílnius o ativista da oposição russa Leonid Volkov, aliado de Alexei Navalny, foram detidas na Polónia, anunciou esta sexta-feira o Presidente da Lituânia, Gitanas Nausėda.
Volkov foi atacado no passado mês de março à porta de casa, na capital da Lituânia, onde vive no exílio.
O agressor partiu uma das janelas do carro de Volkov, atirou-lhe gás lacrimogéneo para os olhos e bateu-lhe com um martelo, revelaram as autoridades lituanas na altura.
O Presidente Gitanas Nausėda anunciou as detenções aos jornalistas em Vilnius e agradeceu à Polónia pelo contributo. O chefe de Estado lituano adiantou ainda que os suspeitos serão entregues à Lituânia, mas não especificou quando.
"Agradeço à República da Polónia pelo excelente trabalho que realizou. Discuti o assunto com o Presidente polaco [Andrzej Duda] e agradeci a sua excelente cooperação", referiu.
Nem o Presidente Andrzej Duda nem outra autoridade polaca se pronunciaram ainda sobre o caso.
Volkov disse na rede social X que não conhecia os pormenores da detenção, mas elogiou a "forma enérgica e persistente" como a polícia lituana trabalhou no caso.
"É de enorme importância investigar e expor toda a cadeia de comando desde Putin ao homem com o martelo", escreveu ainda noutra publicação em agradecimento ao Presidente Duda.
Volkov sofreu uma fratura no braço durante o brutal ataque e foi hospitalizado. O ativista acusou o Presidente russo, Vladimir Putin, de ter ordenado o ataque e prometeu continuar o trabalho na oposição.
O ataque a Volkov ocorreu quase um mês após a morte até agora inexplicada de Alexei Navalny numa remota colónia penal do Ártico. Navalny era a figura da oposição mais conhecida da Rússia e o crítico mais feroz de Putin.
Estava detido desde janeiro de 2021 e cumpria uma pena de 19 anos de prisão sob a acusação de extremismo, amplamente considerada como tendo motivações políticas.
Figuras da oposição e líderes ocidentais responsabilizaram o Kremlin pela morte de Navalny, algo que as autoridades de Moscovo rejeitaram veementemente.
Volkov era o responsável pelos escritórios regionais e pelas campanhas eleitorais de Navalny, que se candidatou a presidente da câmara de Moscovo em 2013 e tentou desafiar Putin nas presidenciais de 2018.
Volkov deixou a Rússia há vários anos sob pressão das autoridades.