Central nuclear perdeu ligação a rede de abastecimento elétrico mas AIEA diz que não há "impacto crítico"
Moscovo acusou as forças ucranianas de atacarem a rede elétrica que abastece a central nuclear de Chernobyl, sob controlo russo desde a semana passada.
A companhia nacional Ukrenergo disse ontem que foram os ataques russos que deixaram as instalações sem abastecimento elétrico e indicou que os geradores de emergência, a diesel, só têm capacidade para funcionar 48 horas.
A Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) considera, no entanto, que não há um "impacto crítico para a segurança" da central, opinião também defendida por outros peritos.
Robin William Grimes, físico e ex-conselheiro do Ministério da Defesa do Reino Unido:"Se um reator em funcionamento perde a energia, o núcleo pode começar a sobreaquecer e, eventualmente, chegar a um ponto em que o núcleo derrete. Mas estes reatores foram desligados há muito tempo, por isso a radiação residual arefeceu e o calor residual gerado diminuiu pouco a pouco. Por isso, os reatores já não correm o risco de derreter."
Ainda assim, a agência da ONU sublinhou que há uma necessidade urgente de permitir o acesso de inspetores a Chernobyl, depois do organismo ucraniano de regulação nuclear ter indicado ter perdido o acesso aos sistemas de controlo à distância dos dados da central.