Face à forte procura e ao aumento dos preços, o governo sérvio proibiu as exportações de cereais, farinha e óleo para salvaguardar o consumo interno
A Sérvia proibiu, a partir desta quinta-feira, a exportação de trigo, farinha, milho e óleo para países europeus. O objetivo é proteger o mercado interno numa altura em que os preços dos cereais se inflamam por causa da guerra na Ucrânia, o "celeiro da Europa".
Uma medida protecionista que o presidente, Aleksandar Vucic, explica desta forma: "Num dia tivemos um pedido para um quarto das nossas reservas totais, a procura de cereais na região é enorme, os preços explodiram, todos têm de fornecer pão à sua população. Foi por isso que aplicámos essa medida".
A Sérvia exporta trigo principalmente para a região. Países como a Albânia e Bósnia Herzegovina dependem fortemente das importações de trigo da Sérvia e Hungria, os dois países que anunciaram restrições.
Os economistas dizem que a decisão era esperada, e isso pode ser bom a curto, mas não a longo prazo. O presidente da Associação dos Economistas da Sérvia afirma: "Isto não é invulgar, muitos países já reagiram de forma semelhante. Quando tais perturbações ocorrem, as bolsas de valores são encerradas, e os bancos centrais reagem impondo uma moratória a alguns bancos que se encontram em perigo. É necessário adotar tais medidas a curto prazo, mas, repito, elas só dão resultados a curto prazo".
Há analistas económicos que defendem que a proibição das exportações não faz sentido, porque a Sérvia produz quase dois milhões de toneladas de trigo por ano, muito mais do que necessita para a sua própria população.