Volodymyr Zelenskyy critica duramente a Alemanha em pleno Bundestag

Volodymyr Zelenskyy critica duramente a Alemanha em pleno Bundestag
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De  Bruno Sousa

Presidente ucraniano foi aplaudido de pé mas nem por isso deixou de acusar os alemães de preferirem a economia à liberdade

Volodymyr Zelenskyy tem-se desdobrado em esforços para sensibilizar a classe política das principais potências do mundo ocidental para o que está a acontecer no seu país. Depois de falar para a Câmara dos Comuns do Reino Unido e para o Congresso dos EUA, esta quinta-feira o Presidente da Ucrânia dirigiu-se ao parlamento alemão.

Zelenskyy foi aplaudido de pé pelo Bundestag mesmo antes de começar a falar mas nem por isso suavizou o discurso. O líder ucraniano criticou duramente a Alemanha por ter dado prioridade à economia e à energia russa em detrimento de valores como a liberdade e a independência, pelos quais os soldados ucranianos estavam atualmente a lutar.

Durante a sua intervenção por videoconferência, o chefe de Estado da Ucrânia traçou ainda um paralelo com o muro de Berlim, cujas profundas marcas ainda se fazem sentir atualmente na Alemanha:

"Estão novamente atrás de um muro. Não em Berlim mas em plena Europa. Entre a liberdade e a escravatura. Este muro cresce com cada bomba que cai na Ucrânia. Com cada decisão que nos afasta do caminho da paz, ou que, mesmo que seja uma ajuda, não é aprovada por vocês. "

No dia anterior, Zelenskyy tinha-se dirigido ao Congresso dos Estados Unidos para pedir ajuda. Joe Biden reforçou o apoio financeiro e militar a Kiev e ainda disse que considerava Vladimir Putin um criminoso de guerra.

A resposta do Kremlin foi dada esta quinta-feira. Maria Sakharova, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros disse que "estas declarações são extremamente perigosas e as ajudas norte-americanas, tal como já foi dito pela Presidência, irão tornar-se num fator de destabilização que não vai trazer paz à Ucrânia. E de uma perspetiva de longo prazo, as consequências podem ser ainda mais perigosas."

Moscovo negou ainda que as forças russas tenham atacado alvos civis desde o início do conflito.

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