Cuba mergulhada numa grave crise económica

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Havana, Cuba Direitos de autor Ismael Francisco/AP
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Cuba vive uma grave crise económica. Uma vez mais, os cubanos passam longas horas em filas para os combustíveis, por falta do petróleo da Venezuela

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Cuba está a atravessar a pior crise económica dos últimos 27 anos.

Em Havana, passam-se horas em filas para os combustíveis. Isto deve-se em grande parte à baixa produção de combustível na Venezuela, que fornece a ilha.

Não é a primeira vez que isto acontece. Na memória dos cidadãos está ainda fresco o ano de 2019, quando os EUA bloquearam a chegada do petróleo à ilha.

"Não é a primeira vez que isto acontece. Já aconteceu outras vezes em que tivemos de ficar em longas filas para a gasolina e quase todo o dia é desperdiçado nisso".

As refinarias da Venezuela estão a operar a níveis mínimos, pelo que não podem enviar gasolina e diesel para Cuba.

Para Jorge Piñón, um especialista cubano em política energética da Universidade do Texas, "uma série de acontecimentos culminam na situação atual", incluindo a queda na produção nacional de petróleo na Venezuela - 20% desde 2010.

A Venezuela, um fornecedor de crude para Cuba, que a ilha paga através do envio de médicos, tem sido menos generosa desde há alguns anos.

"A partir de 2016, o fornecimento de petróleo bruto e combustíveis da Venezuela desceu de aproximadamente 100.000 barris por dia para uma média, em 2021, de 56.000 barris por dia", argumenta Piñón.

Atualmente, "as refinarias da Venezuela estão a operar a níveis mínimos, devido à falta de manutenção, e não têm gasolina nem gasóleo para enviar para Cuba", acrescenta, salientando que Caracas "teve recentemente de importar gasóleo e gasolina do Irão em troca de petróleo bruto". Para piorar a situação, Cuba não se pode permitir os preços elevados no mercado internacional.

Finalmente, as recentes avarias de centrais elétricas em Cuba aumentaram a utilização de geradores, que são consumidores pesados de gasóleo, precisamente o combustível utilizado pelos clássicos americanos que tornaram o país famoso, e que agora também terão de esperar por tempos melhores.

As organizações humanitárias também sofrem os efeitos da crise. Após quase 30 anos, a ONG Oxfam anunciou que vai deixar Cuba.

A sua representante, Elene Gentili, explica:"Esta decisão foi tomada como resultado de um processo de transformação institucional e reorganização interna da c confederação, que é composta por 21 filiais a nível mundial. Este processo foi acelerado pela pandemia e pelo impacto nas finanças da Oxfam e nas finanças da confederação".

Gentili garantiu que a Oxfam vai continuar a colaborar com outras organizações no país.

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