Protestos de ativistas e estudantes, em Cabul, contra a decisão dos talibãs de impedirem as raparigas de voltarem às escolas secundárias
Foi com protestos de mulheres activistas e estudantes, frente ao Ministério da Educação, em Cabul, que foi recebida a decisão do governo talibã de excluir as raparigas das escolas secundárias no Afeganistão.
A activista Laila Wasim afirma: "Os Talibãs devem reabrir escolas para raparigas, porque as mulheres são metade da sociedade e os Talibãs não podem eliminar metade da sociedade que pode trabalhar ombro a ombro com os homens nesta sociedade".
Os Estados Unidos suspenderam todas as conversas com os talibãs, na sequência deste anúncio. O emissário americano para o país, Thomas West, diz que acredita que Cabul vai voltar atrás na decisão, nos próximos dias.
A Prémio Nobel da Paz de 2014, Malala Yousafzai, disse, em Doha que foi devastador o dia em que o regime talibã impediu que as meninas voltassem à escola e contou: "Ficaram à espera às portas das escolas, mas as portas estavam fechadas e elas choravam. Choravam perante os media, choravam perante os pais, perguntando, porquê?
O governo de Cabul diz que não é contra a educação das raparigas e fala de problemas de ordem prática. Um porta-voz dos Talibãs, Suhail Shaheen, disse à AFP que "há alguns problemas práticos" que não tinham sido "resolvidos antes do prazo de 23 de Março para a abertura de escolas para raparigas".
Os observadores temem que o acesso à escola seja pura e simplesmente interditado às meninas pelo regime talibã.