Talibãs proíbem mulheres de viajar sem a companhia de um homem da família

Mulheres afegãs estão proibidas de viajar sozinhas
Mulheres afegãs estão proibidas de viajar sozinhas Direitos de autor JAVED TANVEER/AFP or licensors
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De  Euronews com AFP
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Companhias aéreas e agências de viagens do Afeganistão receberam ordens do regime talibã para não deixar embarcar mulheres sozinhas.

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As companhias aéreas do Afeganistão estão impedidas pelo regime talibã de embarcar mulheres que não estejam acompanhadas por um familiar do sexo masculino, conforme foi confirmado, este domingo, por dois funcionários da Ariana Afghan Airlines e da Kam Air à  agência de notícias France Presse (AFP).  A nova restrição vem juntar-se a uma lista cada vez maior de proibições que visam as liberdades das mulheres afegãs.

"Nenhuma mulher está autorizada a voar em voos domésticos ou internacionais sem um parente masculino", consta numa carta enviada por um alto funcionário da Ariana Afghan Airlines ao pessoal da companhia, a cuja cópia a AFP teve acesso.

A entrada em vigor da norma foi ainda confirmada à agência noticiosa por dois agentes de viagens, que relatam que mulheres que queriam viajar sozinhas "não foram autorizadas a embarcar num voo Kam Air, de Cabul para Islamabad, na sexta-feira". 

A nova diretiva não deverá afetar os estrangeiros, apesar de os meios de comunicação locais terem noticiado o caso de uma mulher afegã com um passaporte americano que foi impedida de voar, na semana passada.

Já no final de dezembro, o regime fundamentalista tinha proibido as mulheres afegãs de viajar mais de 72 quilómetros dentro do país, sem serem acompanhadas por um membro da família do sexo masculino.

Desde o seu regresso ao poder, a 15 de agosto do ano passado, os talibãs têm gradualmente vindo a limitar as liberdades garantidas às mulheres nas duas décadas anteriores, apesar de terem chegado ao poder com a promessa de uma maior flexibilidade, em relação à primeira vez que governaram o país (1996-2001). 

No entanto, na passada quarta-feira, o regime voltou atrás na decisão de abrir as escolas a raparigas a partir dos 11 anos, afastadas há oito meses das aulas devido a alegadas restrições por causa da covid-19.

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