O presidente ucraniano afirmou no discurso noturno que tropas russas estão agora concentradas na região do leste do país
O presidente da Ucrânia diz que as forças russas começaram esta segunda-feira a ofensiva contra o leste da Ucrânia, intensificando os combates na região do Donbass, controlada em parte pelos separatistas pró-russos.
“Agora podemos dizer que as tropas russas começaram a batalha pelo Donbass, para a qual se estão a preparar há muito tempo. Uma parte muito grande de todo o Exército russo está agora dedicado a esta ofensiva", sublinhou Volodymyr Zelensky, numa mensagem divulgada na rede social Telegram.
O chefe de Estado ucraniano assegurou que o país irá lutar e defender-se, qualquer que seja o número de militares russos naquela região.
Ataques continuam apesar da alegada aposta no leste
A Ucrânia diz que esta é a segunda fase da guerra, apesar da primeira nunca ter terminado. Nos últimos dias, os ataques aumentaram. O ministério da Defesa da Rússia diz ter atingido nas últimas horas 300 alvos militares ucranianos.
Em Lviv, três mísseis destruíram instalações do exército da Ucrânia e um outro atingiu ama oficina automóvel, onde sete pessoas morreram e 11 ficaram feridas.
A leste, também Mariupol continua a ser atacada. Foram bombardeados novamente os canais subterrâneos do complexo industrial de Azovstal, a maior empresa metalúrgica do país, que tem servido de abrigo a centenas de pessoas.
EUA também acreditam na aposta militar em Donbass
O porta-voz do Péntagono diz que, mesmo assim, os ucranianos continuam a resistir, na cidade portuária. John Kirby afirma também que os russos estão a usar uma estratégia militar chamada de "modelagem", que consiste em pôr em prática "manobras terrestres mais agressivas" em Mariupol como treino para a ofensiva em Donbass.
Na semana passada, os EUA aprovaram um pacote de 735 milhões de euros em apoio militar para a Ucrânia. A Rússia ameaçou Washington com "consequências imprevisíveis", caso mais ajudas cheguem às mãos dos ucranianos.
Em Bucha, choram-se os mortos. De acordo com a Ucrânia, Vladimir Putin condecorou a brigada do exército russo responsável pelos crimes cometidos na cidade. O presidente russo concedeu à 64ª Brigada de Fuzileiros Motorizados o título de "Guardas". Putin elogiou ainda o "heroísmo, tenacidade e coragem" dos militares.