Crise no Líbano: Nem há dinheiro para passaportes

Manifestantes em Beirute
Manifestantes em Beirute Direitos de autor ANWAR AMRO/AFP or licensors
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80% dos libaneses vivem abaixo do limiar da probreza. O país enfrenta uma das piores crises de sempre. Falta até dinheiro para atribuição de passaportes

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Em Beirute, centenas de manifestantes protestaram no exterior do edifício do parlamento contra o projeto de lei que visa controlar o capital.

No meio de uma crise sem precedentes, os libaneses viram os depósitos bancários congelados, podendo apenas levantar quantias limitadas.

O governo do Líbano entrou em incumprimento financeiro durante dois anos e o controlo dos capitais é uma das medidas exigidas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) antes de voltar à apoiar o país.

Mais um revés no quotidiano dos cidadãos, dos quais, segundo a ONU, 80% vivem abaixo do limiar da pobreza, com uma inflação galopante e falta de bens essenciais como o pão.

A situação é dramática e, mesmo os que querem sair do país não podem. A agência que atribui os passaportes suspendeu na quarta-feira as marcações para a obtenção do documento por falta de meios financeiros para responder ao aumento crescente da procura.

Desde 2020, os pedidos de renovação de passaportes têm sido dez vezes superiores aos dos anos anteriores, o que "afetou o stock de passaportes disponíveis", afirmou a Agência de Segurança Geral, numa declaração.

Segundo a agência, esta suspensão permanecerá em vigor até que as autoridades libanesas paguem os fundos necessários à empresa contratante encarregada da produção dos novos passaportes.

O Líbano tem vindo a atravessar uma crise económica sem precedentes desde 2019, uma das piores da história mundial desde 1850, de acordo com o Banco Mundial. A moeda nacional perdeu mais de 90% do seu valor.

A queda livre da economia, a insegurança e o colapso dos serviços públicos básicos levaram muitas famílias e jovens a emigrar. De acordo com um inquérito realizado em abril pela rede Barómetro Árabe, quase metade dos libaneses quer emigrar. Por enquanto, esse desejo fica suspenso.

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