Exército invasor russo intensifica bombardeamentos na Ucrânia. Mais de 100 ucranianos de Azovstal chegam a Zaporizhia
As tropas russas intensificaram a ofensiva contra a fábrica de aço Azovstal, o último reduto da resistência ucraniana na devastada cidade de Mariupol, após a conclusão da primeira retirada de civis.
Segundo as Nações Unidas, 159 deslocados chegaram a Zaporizhzhia, 101 dos quais provenientes de Azovstal e 58 que se juntaram ao comboio vindos da periferia de Mariupol. Acredita-se que cerca de 200 civis estejam, ainda, presos no complexo fabril.
Depois da sair de Azovstal, Anna conta como foi estar sob os ataques dos russos:
"Era assustador porque estavam constantemente a bombardear-nos, durante o dia ou durante a noite. As crianças não dormiam e choravam. Não paravam de o fazer (bombardear), era muito assustador. Pensámos que não sairíamos dali, francamente".
A coordenadora humanitária da ONU na Ucrânia, Osnat Lubrani refere que a evacuação correu bem no entanto está ainda preocupada com aquelas pessoas que ficaram em Azovstal...
"Foi bem-sucedida (a evacuação). Estou, no entanto, preocupada que nem todos os civis estejam fora. A siderurgia é muito grande, foi muito difícil para aqueles que saíram e penso que alguns deles ficaram com muito medo".
De acordo com o Governo ucraniano, o exército invasor russo multiplicou os ataques. 21 pessoas terão morrido em Donetsk. Lviv, perto da fronteira com a Polónia, foi também bombardeada. Duas pessoas ficaram feridas depois de várias subestações elétricas terem sido atingidas. Há interrupções no fornecimento de eletricidade, como confirma o presidente da Câmara Municipal Andriy Sadovyi.
"Os ataques visaram três subestações. Como resultado, há interrupções no fornecimento de eletricidade. Duas pessoas ficaram feridas. Elas estão a receber ajuda médica".
As autoridades ucranianas anunciaram que infraestruturas em Transcarpathia e várias estações ferroviárias, em todo o país, foram atacadas pelas forças invasoras russas.