Os enigmas de Leonardo Da Vinci

“São Jerónimo no Deserto”
“São Jerónimo no Deserto”   -  Direitos de autor  GUILLAUME SOUVANT/AFP or licensors
De  Euronews  com AFP

Castelo de Amboise expõe uma das pinturas inacabadas do génio do Renascimento

O “São Jerónimo no Deserto”, a obra-prima inacabada de Leonardo da Vinci, foi emprestada pelo Museu do Vaticano ao Castelo Le Clos-Lucé, da cidade francesa de Amboise, o local onde o artista passou os últimos três anos da sua vida.

O quadro mostra São Jerónimo, que traduziu a Bíblia para o latim no século IV, durante a sua penitência no deserto. Segundo os historiadores de arte, o quadro foi pintado na década de 1480.

"São Jerónimo foi um tema muito popular durante a Renascença, encarnando a união da religião e do humanismo intelectual. Ele é normalmente retratado como um pai da Igreja”, explicou Barbara Jatta, diretora dos Museus do Vaticano e curadora da exposição.

Neste trabalho, São Jerónimo aparece como um penitente. O mestre italiano retrata-o ajoelhado, vestido com trapos, sem o livro sagrado. Apenas o seu chapéu e o crucifixo, que pode ser visto num esboço.

"Nesta obra-prima inacabada, Leonardo da Vinci revela as suas técnicas ao público. Este trabalho vivo fala-nos. Numa parte da pintura, no canto superior esquerdo, Leonardo usou tinta de dedo. É possível ver as impressões digitais do mestre. É muito comovente", reagiu o diretor do Le Clos-Lucé. Para  François Saint-Bris. "Há muitas perguntas sobre este trabalho de Leonardo da Vinci: uma obra de devoção? Uma obra para si próprio? Uma comissão? Quem o encomendou?".

A pintura será visível atrás de vidro blindado, forrado com uma caixa com controlo de humidade. 

A exposição, que já foi apresentada no Vaticano e em Nova Iorque em 2019, fica em França até 20 de setembro.

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