Governo alemão quer acabar com a dependência das exportações russas e encontrar soluções para tirar trigo da Ucrânia de modo a colocar fim à crise alimentar global
A Alemanha acusou Vladimir Putin de "usar a fome como arma", e salientou que é preciso encontrar formas alternativas permanentes de exportar trigo ucraniano e de pôr fim à dependência das exportações russas.
Berlim recordou que as exportações ucranianas de cereais caíram de cinco milhões de toneladas por mês, antes da guerra, para 350.000 no início da invasão russa.
A ministra germânica dos Negócios Estrangeiros afirmou que esta "é uma crise de fome que paira sobre nós como uma onda que ameaça a vida. Algumas das razões não são novas: conflitos regionais, especialmente no Afeganistão, domínio dos Talibãs, secas, consequências da crise climática e também as consequências da Covid-19, mas foi a guerra de agressão de Rússia contra a Ucrânia que transformou uma onda num tsunami". Annalena Baerbock recordou, ainda, que 345 milhões de pessoas em todo o mundo estão seriamente ameaçadas pela escassez de alimentos devido a conflitos regionais, secas, as consequências das alterações climáticas e o impacto da pandemia do novo coronavírus.
Numa conferência ministerial híbrida do G7, em Berlim, sobre Segurança Alimentar Global, o secretário-geral das Nações Unidas alertou para o "risco real" de serem declaradas várias fomes este ano. António Guterres frisou, ainda que há "catástrofes" iminentes em vários países, por isso "2023 pode ser ainda pior".