Em Madrid, manifestantes pediram a paz e acusaram a NATO de responsabilidade na guerra.
Milhares de pessoas reuniram-se em Madrid, no domingo, contra a NATO. Protestos que começaram a ser preparados nos arredores da capital espanhola por pessoas que consideram estar a sofrer as duras consequências da guerra na Ucrânia, como o aumento dos preços dos alimentos e da energia. Querem a paz e consideram que a NATO é responsável pela guerra.
Manuel Pardo, porta-voz das plataformas Anti-NATO, dizia à euronews que aquilo a que se está a chamar de guerra na Ucrânia "não é uma guerra entre a Rússia e a Ucrânia, é uma guerra entre a NATO e a Rússia".
Em Espanha, os movimentos contra a NATO foram importantes no passado, mesmo o Partido Socialista defendeu, até um determinado momento, a saída do país da Aliança Atlântica. Hoje, muito mudou mas há quem ainda acredite que ela não faz sentido. Manuel Pardo acrescentava que "q__uando a URSS desapareceu a NATO não desapareceu" afirmando que houve um aproveitamento_"da não existência de uma contra potência para se reforçar como instrumento de intervenção"_.
A manifestação foi apoiada pelos partidos mais à esquerda no governo de coligação de Pedro Sánchez, que está a organizar a cimeira da NATO, em Madrid.
Para quem protestou a resposta armada não é a solução para pôr fim ao conflito. Um jovem frisava que também se opõem a Putin, e essa é _"também a mensagem central"_mas, frisava, "a resposta não pode ser a militarização das nossas sociedades".
Os críticos da manifestação dizem que apontar o dedo à NATO está a desviar a atenção do verdadeiro problema que é o sofrimento do povo ucraniano causado por uma invasão russa injustificada.
O enviado da euronews à manifestação, Jaime Velázquez, referia que esta não é, com certeza, a imagem que Espanha quer mostrar, a poucos dias da chegada dos líderes mundiais a Madrid, mas o governo insiste que 80% dos espanhóis apoiam a NATO.