Paris vai expandir sistema de arrefecimento ecológico

Access to the comments Comentários
De  euronews
As temperaturas têm subido em Paris nos últimos dias
As temperaturas têm subido em Paris nos últimos dias   -  Direitos de autor  Lewis Joly/Copyright 2019 The Associated Press. All rights reserved.

A onda de calor que nos últimos dias se abateu sobre a capital francesa não se sente no interior do Museu do Louvre.

A Mona Lisa, a obra-prima de Leonardo da Vinci, mantém-se impávida, serena e fresca, mas não por causa de ares condicionados.

O edifício é arrefecido graças ao rio Sena que atravessa Paris.

A Cidade Luz tem um sistema subterrâneo de arrefecimento, com 10 centros para onde a água do rio é bombeada e depois arrefecida até aos 4°C em frigoríficos que funcionam a energia renovável.

Depois, através de uma rede de tubos com cerca de 90 quilómetros, a água refrigerada é distribuída por quase 800 clientes, incluindo o Louvre, a Assembleia Nacional e a Câmara Municipal de Paris.

"Se todos os edifícios se equiparem com instalações autónomas, criará gradualmente um efeito de 'ilha de calor' urbana muito significativo e, por isso, contribuirá para o aquecimento da cidade. Com o desenvolvimento da rede de arrefecimento urbano, percebemos que, se continuarmos a expandi-la, alcançaremos um nível de um grau a menos do que com a proliferação de instalações autónomas. E um grau a menos no centro da cidade é muito", afirma a porta-voz da empresa "Fraicheur de Paris", Maggie Schelfhaut.

A autarquia de Paris assinou, agora, um contrato ambicioso para triplicar a dimensão da rede até 2042 para os 252 quilómetros - e torná-la na maior do mundo.

O projeto assume maior importância num contexto em que os efeitos das alterações climáticas, como fortes ondas de calor, são cada vez mais frequentes, e o preço da energia sobe em flecha devido à guerra na Ucrânia.