Paris vai expandir sistema de arrefecimento ecológico

A onda de calor que nos últimos dias se abateu sobre a capital francesa não se sente no interior do Museu do Louvre.
A Mona Lisa, a obra-prima de Leonardo da Vinci, mantém-se impávida, serena e fresca, mas não por causa de ares condicionados.
O edifício é arrefecido graças ao rio Sena que atravessa Paris.
A Cidade Luz tem um sistema subterrâneo de arrefecimento, com 10 centros para onde a água do rio é bombeada e depois arrefecida até aos 4°C em frigoríficos que funcionam a energia renovável.
Depois, através de uma rede de tubos com cerca de 90 quilómetros, a água refrigerada é distribuída por quase 800 clientes, incluindo o Louvre, a Assembleia Nacional e a Câmara Municipal de Paris.
"Se todos os edifícios se equiparem com instalações autónomas, criará gradualmente um efeito de 'ilha de calor' urbana muito significativo e, por isso, contribuirá para o aquecimento da cidade. Com o desenvolvimento da rede de arrefecimento urbano, percebemos que, se continuarmos a expandi-la, alcançaremos um nível de um grau a menos do que com a proliferação de instalações autónomas. E um grau a menos no centro da cidade é muito", afirma a porta-voz da empresa "Fraicheur de Paris", Maggie Schelfhaut.
A autarquia de Paris assinou, agora, um contrato ambicioso para triplicar a dimensão da rede até 2042 para os 252 quilómetros - e torná-la na maior do mundo.
O projeto assume maior importância num contexto em que os efeitos das alterações climáticas, como fortes ondas de calor, são cada vez mais frequentes, e o preço da energia sobe em flecha devido à guerra na Ucrânia.