Manifestantes temem aumento da repressão policial violenta, após ter sido cortado o acesso à internet.
Pela décima segunda noite consecutiva ouviram-se gritos de "Morte ao ditador" e "à República Islâmica", num Irão a ferro e fogo desde a morte de Mahsa Amini, a mulher de 22 anos assassinada pela polícia da moralidade, a 16 de setembro, por não cobrir a cabeça com um hijab, como mandam as autoridades.
Apesar de os manifestantes temerem um aumento da repressão policial, sobretudo após o governo ter vedado o acesso da população à internet, de forma a impedir a publicação de confrontos, os protestos não cessam.
De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), centenas de pessoas foram já detidas. Entre elas, constam pelo menos 18 jornalistas.
Desde o início das manifestações, após a morte de Mahsa Amini, a Amnistia Internacional confirma dezenas de mortos e centenas de feridos.
"As provas que recolhemos no terreno mostram que as forças de segurança estão a disparar projéteis metálicos, que são usados para caçar, contra manifestantes e pessoas na rua. Centenas de mulheres, crianças e homens foram feridos e vimos imagens horríveis de manifestantes com feridas na cabeça, no peito e no estômago. As forças de segurança estão a disparar à queima-roupa contra os manifestantes, o que demonstra intenção de causar o máximo dano possível", revela Raha Bahreini, investigadora iraniana e advogada de direitos humanos da Amnistia Internacional.
A contestação ao regime iraniano quebrou desde cedo fronteiras e faz-se ouvir também do outro lado do Atlântico. Dezenas de pessoas em Buenos Aires, reuniram-se, esta terça-feira, em frente à embaixada do Irão para denunciar o que chamam uma *ditadura religiosa".
Em Nova Iorque, ativistas pediram justiça por Mahsa Amini.