Irão executa mais dois opositores ao regime

Irão continua a executar opositores ao regime
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Yousef Mehred e Sadollah Fazeli Zare foram os mais recentes opositores a serem executados no Irão. Estavam acusados de insultos ao Profeta e promoção do ateísmo.

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Na sequência da execução, no fim-de-semana, de um homem sueco iraniano por alegado terrorismo, as autoridades iranianas informaram que dois outros prisioneiros foram condenados à morte, desta vez por blasfémia.

Yousef Mehred e Sadollah Fazeli Zare foram enforcados numa prisão no centro do Irão, acusados de insultar o Profeta Maomé e de promover o ateísmo.

O Irão vive uma tendência crescente de execuções, em que os condenados têm sido principalmente opositores ao regime religioso dos ayahtollah e minorias étnicas.

No mês passado, um relatório de ONG's ocidentais revelou um aumento dramático da aplicação da pena de morte na República Islâmica no ano passado. Em 2022, 582 pessoas foram condenadas à morte por uma série de alegados crimes, colocando o país em segundo lugar na classificação dos países que aplicam a pena capital.

Endurecimento do controlo

Esta esclada de condenações à pena capital coincide com meses de protestos contra o regime e com a subsequente repressão sangrenta que causou centenas de mortos.

Desde que a contestação foi reprimida, Teerão tem vindo a endurcer o controlo em toda a sociedade.

Mais duas atrizes iranianas foram processadas por terem aparecido em público sem o véu obrigatório, dias depois de quatro outras atrizes terem sido acusadas do mesmo crime, informaram os meios de comunicação social na segunda-feira.

Baran Kosari, de 37 anos, está a ser processada por não ter usado o véu na sexta-feira "no funeral de Hesam Mahmoudi", um ator recentemente falecido, e "as suas fotografias foram imediatamente publicadas na Internet", informou a agência noticiosa Tasnim.

Além disso, Shaghayegh Dehghan foi processada por "não usar um hijab num café", segundo a agência Mehr.

A atriz de 44 anos participou em séries televisivas e ganhou vários prémios no principal festival de cinema do país, o Fajr.

Nas últimas semanas, quatro outras atrizes - Katayoun Riahi, Pantea Bahram, Afsaneh Baygan e Fatemeh Motamedarya - foram acusadas dos mesmos crimes. Nenhuma delas foi detida.

Mais poderes à polícia da moral

As acusações surgem após a entrada em vigor, em meados de abril, de um novo plano policial para reforçar o controlo do uso do véu, obrigatório desde a Revolução Islâmica de 1979.

Nos últimos meses, cada vez mais mulheres têm aparecido nas ruas sem véu, especialmente após o início do movimento de protesto desencadeado pela morte sob custódia, em setembro de 2022, de Mahsa Amini, que foi presa por violar o rigoroso código de vestuário.

Desde o início de abril, as autoridades não hesitam em encerrar estabelecimentos comerciais, incluindo cafés e restaurantes, por não respeitarem a obrigação de as funcionárias ou clientes usarem o véu.

Segundo a agência Irna, no domingo, o procurador-geral, Mohammad Jafar Montazeri, pediu ao Ministério dos Transportes que reforçasse os controlos das passageiras que não usam o véu a bordo dos aviões.

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