Habitantes do sul da Ucrânia vivem com medo a poucos quilómetros da linha da frente
A cidade de Mykolaiv, no sul da Ucrânia, localizada a menos de 100 km de Kherson temporariamente ocupada pela Rússia, vive a vida de uma cidade perto da linha de frente.
De madrugada ouvem-se explosões...
No hotel, onde estava hospedada a equipa de reportagem da euronews, localizado perto do centro da cidade, alguns hóspedes decidiram ir para o subsolo.
O abrigo fica a uma curta distância, mas relativamente perto. Muitas vezes, nas cidades, os alarmes disparam, mas as pessoas não têm para onde ir.
Aqui o abrigo é simples, como comprova a jornalista da euronews Natalia Liubchenkova: "Trata-se essencialmente de uma arrecadação (subterrânea) e sala técnica, num restaurante, transformadas num abrigo. Parece que o principal objetivo é dar aos hóspedes do hotel uma ideia de segurança."
As notícias sobre um prédio residencial atingido por um dos mísseis chegaram rapidamente às redes sociais.
Passam poucos minutos das 5:30 e a cidade mergulhou na escuridão. Não passam automóveis e não há nenhuma luz acesa... Mas não por muito tempo. A manhã chega e com ela, a cidade retorna a uma vida semelhante à que tinha antes da invasão da Rússia.
Os serviços de emergência estão a trabalhar no prédio que foi atingido durante a noite. O corpo de uma jovem foi retirado debaixo dos escombros...
Dmytro veio verificar se o apartamento da tia, que deixou Mykolaiv há alguns meses, tinha sido atingido.
"O apartamento está relativamente bem. Há alguns problemas no teto... Não tem janelas e as portas também explodiram", afirma.
Mais à frente encontramos Illya, um estudante universitário. Estava em casa quando dois foguetes caíram no seu bairro, há umas noites. Um no quintal e o outro atingiu o prédio ao lado do dele. Alguns moradores ficaram gravemente feridos.
As autoridades ucranianas informaram que os mísseis russos S-300 e os drones kamikaze foram usados nos últimos ataques.
Os habitantes de Mykolaiv vivem aterrorizados e com raiva dos russos que, como dizem, iniciaram uma "guerra sem sentido".