Ibrahim Traore autoproclama-se líder no Burkina Faso e fala em "situação de emergência"

Apoiantes do Capitão Traore agitam bandeiras russas em Ouagadougougou
Apoiantes do Capitão Traore agitam bandeiras russas em Ouagadougougou Direitos de autor Kilayé Bationo/Copyright 2020 The Associated Press
De  Nara Madeira com AFP, AP
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Ibrahim Traore é o novo autoproclamado líder da junta do Burkina Faso, após o segundo golpe militar no país, em oito meses

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Ibrahim Traore, o novo autoproclamado líder do Burkina Faso, diz que o país está "em situação de emergência".

O capitão assume o poder, com o apoio das Forças Armadas, após a demissão do tenente-coronel Paul-Henri Sandaogo Damiba. A demissão aconteceu no domingo e era esperada desde o golpe de sexta-feira, que levou à queda da junta militar que geria os destinos do país.

"O país inteiro encontra-se em situação de emergência portanto cada um, ao seu nível, deve ser capaz de avançar mais depressa e abandonar a pesada e desnecessária burocracia", afirmou o novo líder autoproclamado do Burkina Faso.

Precisamos, efetivamente, de mudar de ritmo. Temos de agir, rapidamente.
Ibrahim Traore
Autoproclamado líder do Burquina Faso

Durante dois dias a tensão instalou-se na capital do país, Ouagadougou. No domingo, as forças de segurança dispararam gás lacrimogéneo para dispersar manifestantes que, furiosos, protestavam no exterior da embaixada francesa. Há quem defenda que Moscovo está envolvido nestes movimentos de desestabilização. Nas ruas de Ouagadougou, entre os apoiantes do coronel Ibrahim Traore agitavam-se mesmo bandeiras russas ao lado das do Burkina Faso.

Daliba parte mas com condições

Para abandonar o poder oCoronel Daliba exigiu partir em segurança, estará atualmente, em Lomé, no Togo, diziam fontes diplomáticas; mas também a segurança dos seus apoiantes. Para além disso ficou acordadoo respeito dos compromissos com a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) que prevê que os militares cedam o poder a civis no prazo de dois anos.

O país estava a ser governado por uma junta militar que tomou o poder em janeiro, num golpe que derrubou o Presidente Roch Marc Christian Kaboré, acusado de falhar na luta contra a violência jihadista. Violência que foi crescendo nos últimos meses com ataques que vitimaram dezenas de civis e soldados no norte e leste do país.

Condenação do novo golpe militar

O Secretário-Geral da ONU condenou "qualquer tentativa de tomada do poder pela força das armas" e apelou a todos os intervenientes "para se absterem de usar a violência e procurarem o diálogo" num país que, de acordo com António Guterres "precisa de paz, estabilidade e unidade para combater grupos terroristas e redes criminosas que operam" no seu território.

União Europeia, EUA, União Africana e CEDEAO também já condenaram o golpe de sexta-feira. Esperava-se, aliás, o envio de representantes deste último organismo ao país esta segunda-feira.

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