Castelos do Loire debatem-se com fatura energética

Para quem cuida dos célebres castelos do Vale do Loire, em França, este inverno traz desafios particularmente dispendiosos. O isolamento térmico é questão essencial para poupar eletricidade. Só que colocar vidros duplos aqui significa pagar 10 mil euros por cada janela. E há mais de 140 em Meung-sur-Loire.
"São janelas do século 18, não as quisemos substituir. Portanto, vamos colocar um vidro por dentro para isolar. As janelas duplas já eram uma solução antigamente. O sistema permite tirar e pôr para limpar", explica o proprietário, Xavier Leleve.
Não muito longe, o castelo de Cheverny é dos mais visitados. Mas os responsáveis nem querem ouvir falar em modernizar o espaço por causa da fatura energética. Afinal de contas, o importante é respeitar a conservação do monumento.
O dono, Charles-Antoine de Vibraye, considera que "as pessoas acumulam demasiado calor dentro de casa. Mas ao fazer isso estão a impulsionar o crescimento de fungos e insetos, que depois vão dar cabo das madeiras. É preciso deixar o ar circular".
Em Chambord, talvez o mais famoso tesouro do Loire, há dois anos o consumo de energia atingiu os 260.000 mil euros. Este ano, prevê-se uma conta de 600 mil. A resposta é aumentar o recurso às lareiras e propor alternativas de futuro.
"Daqui a 2025, por exemplo, 10% a 20% dos lugares de estacionamento terão postos de carregamento", diz Jean D’Haussonville, diretor do domínio de Chambord.
Alguns destes edifícios centenários são propriedade privada, outros não. Em comum, têm o facto, pouco corrente hoje em dia, de disporem de muitos e muitos metros quadrados.