Alerta, preocupante, consta de relatório da Organização Meteorológica Mundial (OMM) e aponta em particular para o aumento dos níveis de metano
No ano passado, os níveis dos principais gases com efeito de estufa na atmosfera atingiram novos recordes.
O alerta consta de um relatório, com dados preocupantes, divulgado, esta quarta-feira, pela Organização Meteorológica Mundial (OMM).
Os níveis de concentração de metano, em particular, atingiram máximos históricos. Registaram o maior aumento anual desde que a presença começou a ser medida, de forma sistemática, há quase 40 anos.
De acordo com a OMM, o motivo ainda não é claro, mas pode dever-se à combinação de causas naturais e de atividade humana.
Paralelamente, continuaram também a aumentar os níveis de dióxido de carbono e de óxido nitroso, o terceiro gás mais importante em matéria de alterações climáticas.
De acordo com o relatório, em 2021, as concentrações de dióxido de carbono eram de 415,7 partes por milhão (ppm), as concentrações de metano eram de 1.908 partes por mil milhões (ppmm) e as concentrações de óxido nitroso eram de 334,5 ppmm, que são respetivamente 149%, 262% e 124% dos níveis pré-industriais.
Petteri Taalas, secretário-geral da Organização Meteorológica Mundial, disse que os cortes de emissões verificados em muitos países - quer permanentes quer por causa dos confinamentos forçados devido à pandemia de Covid-19 - ainda não se refletiram, até agora, na atmosfera.
"No que respeita a esses três gases, quebrámos, uma vez mais, novos recordes. Não vimos nenhuma melhoria real na atmosfera até agora. E, por exemplo, durante os últimos anos, assistimos a confinamentos em muitos países onde as emissões de dióxido de carbono têm vindo a cair, mas por causa do tempo de vida muito longo, não vimos qualquer melhoria real na atmosfera", sublinhou.
A 6 de novembro, arranca no Egito da cimeira das Nações Unidas sobre as alterações climáticas. O relatório divulgado pela OMM servirá de ponto de partida para o debate.
No encontro do ano passado, na Escócia, os líderes mundiais decidiram reforçar as ambições climáticas, mas só 24 de 193 países apresentaram planos atualizados às Nações Unidas.