Newsletter Boletim informativo Events Eventos Podcasts Vídeos Africanews
Loader
Encontra-nos
Publicidade

Crise energética sem precedentes na Moldávia

Fogões a lenha na Moldávia para lutar contra a escassez de energia
Fogões a lenha na Moldávia para lutar contra a escassez de energia Direitos de autor  Aurel Obreja/Copyright 2022 The AP. All rights reserved.
Direitos de autor Aurel Obreja/Copyright 2022 The AP. All rights reserved.
De Euronews
Publicado a
Partilhe esta notícia Comentários
Partilhe esta notícia Close Button
Copiar/colar o link embed do vídeo: Copy to clipboard Copied

O país dependia dos fornecimentos de gás e eletricidade da Rússia e da Ucrânia. Moscovo cortou os fornecimentos; Kiev tem as infraestruturas destruídas

PUBLICIDADE

A pequena república da Moldávia, situada entre a Roménia e a Ucrânia, vive uma crise energética sem precedentes.

O gás já custa seis vezes mais do que antes da guerra na Ucrânia. No espaço de apenas um mês, Moscovo reduziu para metade as exportações de gás para o país e parou completamente o fornecimento de eletricidade a partir da Transnístria.

Também a Ucrânia foi obrigada a cortar o fornecimento de eletricidade à Moldávia por causa da destruição das suas infraestruturas energéticas.

O país, que recebia cerca de 70% da sua eletricidade da Rússia e 30% da Ucrânia, vive uma situação penosa entre Leste e Ocidente, e está dividido entre os que não querem que a "chantagem energética" russa desvie o país do seu caminho em direção à UE e os que pensam que Chisinau deveria fazer concessões a Vladimir Putin a fim de obter mais gás.

O governo apela aos cidadãos para pouparem energia, enquanto algumas empresas pararam a produção ou estão a lutar para sobreviver antes do que se espera ser um inverno muito difícil.

Ion Ignat, que parou a produção na sua fábrica de tijolos e está a escoar o stock para poder manter os 50 empregados da empresa, afirma:

"Temos um pé na Rússia e outro na União Europeia, por isso estamos agora num momento decisivo. Este é o período mais difícil para o nosso país".

O futuro é mais do que incerto e para as PME a situação é ainda mais delicada. A solução, no imediato, passa por aumentar os preços no consumidor.

Sergei Litra tem uma cervejaria artesanal e viu os custos energéticos triplicar.

"Costumávamos gastar cerca de 12.000 lei, ou seja, 700 euros, por mês em eletricidade. Agora estamos a gastar mais de 2.000 euros. Portanto, o custo da eletricidade é triplo para nós e não vai ficar por aqui", diz.

Maia Sandu, a presidente moldava, disse na semana passada que "é um desafio diário encontrar energia". Esta vulnerabilidade "gera chantagem política e interferência numa democracia" dividida entre o Oriente e o Ocidente, lamentou, culpando as "tentativas de desestabilização" orquestradas pelos "serviços secretos russos" e os seus retransmissores no país e no exílio.

A Moldávia, que antes do conflito estava quase 100% dependente do gás fornecido pela gigantesca Gazprom, tem vindo a ter dificuldades de abastecimento há várias semanas. Agora, apenas metade das suas necessidades são cobertas.

Desde meados de outubro, a Roménia tem fornecido eletricidade a um preço máximo.

Bruxelas está empenhada em apoiar a Moldávia, que sonha aderir à União Europeia. A presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, vai a Chisinau esta quinta-feira, para discutir o reforço da ajuda.

Ir para os atalhos de acessibilidade
Partilhe esta notícia Comentários

Notícias relacionadas

Gás russo irá provavelmente desaparecer da União Europeia

Transnístria poderá receber gás russo através da Turquia, avança a imprensa de Moscovo

Um país dividido: Moldova votou a favor da Europa, a Transnístria continua a prender ativistas