"Já não conseguimos comprar kebabs". Alemães pedem medidas contra a subida da inflação

"Já não conseguimos comprar kebabs", lê-se num cartaz exibido durante a manifestação em Berlim, Alemanha
"Já não conseguimos comprar kebabs", lê-se num cartaz exibido durante a manifestação em Berlim, Alemanha   -  Direitos de autor  AFP
De  Euronews

Milhares de pessoas marcharam em Berlim contra aumento dos preços na Alemanha.

Cerca de três mil pessoas marcharam, este sábado, no centro de Berlim para exigir o controlo dos preços dos alimentos e uma maior tributação à riqueza.

O aumento dos preços da energia e da comida estão a fazer aumentar a inflação. Em outubro, a Alemanha viu a taxa subir para os 10,4%, a mais alta dos últimos 70 anos, no país.

Para o próximo ano, o governo alemão prevê uma recessão de 0,4% do Produto Interno Bruto (PIB)

Entre os manifestantes, o sentimento de frustração em relação ao futuro era partilhado.

"Os jovens não têm futuro. Na crise em que nos encontramos, com a inflação, já não temos dinheiro sequer para kebabs. Já não sabemos como pagar a nossa comida. Não temos qualquer possibilidade de sairmos de casa nos próximos anos. Vamos viver com os nossos pais durante pelo menos mais cinco anos, porque não podemos pagar o nosso próprio apartamento", afirmou uma das manifestantes.

Para outra participante no protesto, as medidas tomadas pelo governo de Olaf Scholz são insuficientes para resolver a situação em que os jovens se encontram.

"Oferecem-nos soluções a curto prazo, pseudo-soluções, mas não apresentam uma solução redistributiva a longo prazo e essa é a questão", disse.

Para mitigar o impacto da crise energética, o executivo alemão aprovou recentemente um pacote de medidas, entre as quais a de um teto para os preços do gás e da eletricidade, que irá entrar em vigor em 2023.

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