Reino Unido apresenta plano de austeridade omitindo impacto do Brexit na crise

Jeremy Hunt deixa o número 11 de Downing Street, residênci oficial do ministro das Finanças
Jeremy Hunt deixa o número 11 de Downing Street, residênci oficial do ministro das Finanças Direitos de autor AP Photo/Alastair Grant
De  Francisco Marques
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Na Declaração de Outono ao Parlamento, Jeremy Hunt anuncia aumento dos impostos e cortes na despesa pública para tentar controlar a inflação pós-Brexit

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Em plena recessão e quase dois anos após a concretização da saída da União Europeia, o famoso Brexit, o Reino Unido vai aumentar os impostos, nomeadamente na energia, e os cortes na despesa pública para combater a crescente crise e tentar poupar quase 63 mil milhões de euros.

Pelo menos esse é o plano de Jeremy Hunt, o ministro das Finanças no novo executivo de Rishi Sunak, apresentado esta quinta-feira e que representou um autêntico balde de água fria sobre a cabeça dos britânicos a pouco mais de um mês do Natal.

Na chamada Declaração de Outono ao Parlamento, Hunt omitiu por completo a questão do Brexit e justificou a austeridade com o contexto internacional adverso.

"Perante ventos globais contrários sem precedentes, famílias, pensionistas, empresas, professores, enfermeiros e muitos outros estão preocupados com o futuro. Por isso, apresentamos um plano para enfrentar o aumento do custo de vida, a crise e para reconstruir a nossa economia. As nossas prioridades são a estabilidade, o crescimento e os serviços públicos", sublinhou o Chanceler do Tesouro, como é denominado o titular das finanças britânicas.

A inflação é, sem dúvida, um problema global, mas o Reino Unido não pode continuar a ignorar o impacto do Brexit, como explicou o analista económico Ethan Ilzecki.

"A maior parte dos países tem um canal comercial que pode moderar. Alternando entre diferentes parceiros comerciais, conseguem moderar a pressão inflacionista quando ela aumenta. Não há dúvida de que o Reino Unido atrravessa grandes problemas por causa do Brexit", afirmou à Euronews o diretor do painel de epritos do centro de pesquisa êconó0mica CfM-CEPR.

O agravamento do custo da energia, às portas do inverno, é sem dúvida um dos grandes problemas para os britânicos e contribui para o agravar da inflação. Mas o futuro deve ser ainda pior e sobretudo pelo acentuar da política do "orgulhosamente sós" que promoveu o Brexit e que acaba por isolar o Reino Unido.

As previsões para 2023, anunciadas entretanto pelo Gabinete da Responsabilidade Orçamental, apontam em 2023 para uma contração do PIB do Reino Unido em 1,4% e uma inflação acima dos 7%

O custo de vida também deverá cair 7% ao longo dos próximos dois anos, anulando o crescimento registado nos últimos oito anos, sobretudo até à concretização da saída da União Europeia.

Outras fontes • Guardian, AP

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