Economias enfrentam "riscos substanciais"

Cartaz onde se lê "Procuram-se euros" visto numa manifestação contra a subida do custo de vida em França, em outubro deste ano
Cartaz onde se lê "Procuram-se euros" visto numa manifestação contra a subida do custo de vida em França, em outubro deste ano Direitos de autor ALAIN JOCARD/AFP
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De  Teresa Bizarro
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OCDE corrige previsões. 2023 vai ser um ano com mais desafios e riscos. Crescimento em travagem brusca na Europa e Estados Unidos

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Inflação alta e crescimento baixo. Em suma, são estas as previsões da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico apresentadas esta terça-feira.O ano vai fechar no vermelho para grande parte dos países e a recuperação só deverá começar a sentir-se em 2024.

O abrandamento ecónomico vai sentir-se particularmente na Europa e na América do Norte. Nas contas da OCDE, o crescimento da riqueza na Zona Euro e Estados Unidos vai cair para 0,5%. As perspectivas globais estão fixadas em 2,2 por cento, graças principalmente à resiliência na Ásia.

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Previsões de crescimento do Produto Interno BrutoEuronews

2024 verá uma modesta recuperação do PIB para 1,4 por cento na Europa. Sem surpresa, a guerra da Rússia na Ucrânia é apontada o maior factor de abrandamento.

"O mundo enfrenta ventos contrários substanciais e riscos substanciais no horizonte. Neste ambiente desafiante precisamos de enfrentar a crise com políticas bem desenhadas e cooperação internacional para superar esta situação difícil e preparar o caminho para um futuro melhor," diz Mathias Cormann, secretário-geral da OCDE.

A espiral dos preços motivada em grande parte pela crise energética ameaça instalar-se nas economias de todo o mundo. Na Zona Euro, a taxa de inflação no próximo ano deve manter-se alta nos 6,8% em relação ao máximo deste ano. A subida dos preços deve abrandar em 2024 para todas as economias do mundo, mas nos 20 países mais industrializados vai permanecer acima dos 5 por cento.

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Previsão da evolução da taxa de inflaçãoEuronews

Para Álvaro Santos Pereira, economista-chefe interino da OCDE, "as pressões inflacionistas intensificaram-se e tornaram-se muito mais generalizadas. Podemos ver que em muitos países do mundo temos mais de 50, 60, 70, por cento de todos os bens e serviços das suas economias que neste momento estão a crescer mais de 6 por cento por ano. Assim, a inflação tornou-se mais enraizada, mais intensificada, mas também mais generalizada".

Para Portugal, a OCDE prevê que o crescimento do PIB passe de 6,7% este ano para 1% em 2023 e 1,2% em 2024. A inflação que deve fechar o ano nos 8,3%, deverá ser de 6,6% em 2023 e 2,4% em 2024.

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