Câmara baixa do parlamento russo aprovou texto de forma unânime
A câmara baixa do Parlamento russo adoptou de forma unânime um texto que é visto como uma forma de apertar ainda mais o cerco à comunidade LGBTQ+ do país.
A lei, definitivamente aprovada esta quinta-feira, proíbe a promoção de relações sexuais ditas "não tradicionais", a pedofilia e a mudança de género nos meios de comunicação, internet, publicidade, livros e cinema.
Vyacheslav Volodin, presidente da Duma:"É a melhor resposta ao secretário de Estado norte-americano Antony Blinken. Não nos imponham valores estrangeiros! Vocês destruiram os vossos, vamos ver como acabam. Só há uma forma de dizer: os Estados Unidos tornaram-se o centro de Sodoma no mundo. Vivam aí, mas não nos incomodem."
A Rússia já tinha avançado com uma lei em 2013 que proibia a promoção da causa LGBTQ+ junto dos menores, mas o novo texto alarga a questão a toda a população.
Arseny Pastukhov, diretor do centro russo de recursos LGBT:"Se não podemos falar sobre nós próprios e o nosso trabalho, não podemos falar do tipo de ajuda que providenciamos e ninguém poderá tomar conhecimento. Assim, mesmo se existe alguma ajuda para pessoas LGBT na Rússia, as pessoas não poderão saber e pensarão que esse tipo de ajuda não existe, devido à adoção destas leis."
Do Ocidente, têm-se multiplicado as críticas contra o que é visto como uma repressão direta do Kremlin contra a comunidade LGBTQ+. Algumas embaixadas em Moscovo, como a do Reino Unido, exibiram mesmo bandeiras arcoíris numa demonstração de solidariedade.