Fauna aumenta para novos máximos na Gorongosa

No coração de Moçambique, 12 mil quilómetros quadrados de uma paisagem verdejante e habitats naturais fazem do Parque Nacional da Gorongosa um tesouro nacional.
A guerra civil que mergulhou o país em confrontos de 1977 a 1992, também fez baixas neste parque. A população de elefantes, por exemplo, foi praticamente dizimada pela carne e o marfim, que era trocado por armas.
Três décadas depois, a realidade de Gorongosa mudou. A biodiversidade está a aumentar e, de acordo com a última contagem de animais, feita em outubro deste ano, a fauna local atingiu um novo máximo, acima dos 102 mil animais.
Marc Stalmans, diretor do Departamento de Ciências do parque, explica o crescimento com a proteção das populações de animais, aliada à existência de "solos férteis que proporcionem boas pastagens".
No entanto, a incerteza quanto ao clima, está a deixar os funcionários do Parque Nacional apreensivos. O "desequilíbrio" na natureza, diz o administrador do parque, Pedro Muagura, é já "notável" em fenómenos tão vitais como a chuva.
"Às vezes cai muito cedo, às vezes já cai muito tarde e às vezes cai muito menos, ou não cai mesmo. Então, isso tudo vai impactar na reprodução animal, vai impactar na vegetação e a migração dos animais já não é aquela que devia ser. Isso não prejudica só a fauna, como também "descomanda" várias atividades", nomeadamente a agricultura.
A situação afeta não só fauna e flora, mas também as comunidades e os fornecedores locais do parque, aberto ao turismo, com unidades hoteleiras e mais de 1.200 funcionários.
As conclusões carecem ainda de estudos. Até a ciência dar respostas, a Gorongosa segue e adapta-se às mudanças