Fim da "era dourada" entre R. Unido e China

Acabou a chamada "era dourada" das relações entre o Reino Unido e a China.
Para o primeiro-ministro britânico, os laços económicos mais estreitos que uniram os dois países na última década forma ingénuos. Rishi Sunak diz que chegou o momento de Londres adotar uma abordagem mais pragmática face ao "desafio sistémico" apresentado por Pequim após a detenção de um jornalista da BBC em Xangai durante uns protestos.
"Em vez de ouvir os protestos do seu povo, o Governo chinês optou por reprimir ainda mais, inclusive agredindo um jornalista da BBC. Os meios de comunicação social - e os nossos deputados - devem ser capazes de destacar estas questões sem sanções, incluindo a denúncia de abusos em Xinjiang - e a restrição da liberdade em Hong Kong", afirma Sunak.
No primeiro grande discurso de política externa, o governante britânico advertiu contra a "retórica da Guerra Fria", sublinhando que o significado global da China não pode ser ignorado.
No entanto, Sunak referiu que o regime de Pequim é um desafio que se torna cada vez mais agudo à medida que o país avança para um autoritarismo ainda maior.
As manifestações contra os confinamentos e restrições impostos pelas autoridades chinesas para combater a pandemia da Covid-19 atingiram números nunca vistos desde as manifestações pró-democracia, em 1989, que foram barbaramente reprimidas.
O número de novas infeções pelo novo coronavírus na China diminuiu, após cinco dias de aumentos consecutivos. A Comissão Nacional de Saúde divulgou que nas últimas 24 horas foram detetados 38.645 novos casos no país, dos quais 35.021 (90,6%) são assintomáticos pelos padrões da instituição.