A prioridade, disse o presidente brasileiro no encontro com o homólogo uruguaio, tem de ser a ratificação do acordo com a UE.
Lula da Silva acredita no sucesso de um possível acordo entre o Mercosul e a China, mas a prioridade tem de ser a ratificação do acordo com a União Europeia, assinado em 2019. Foi o que o presidente brasileiro disse à chegada ao Uruguai, no encontro com o homólogo Luis Lacalle Pou, que tem procurado um acordo com a China independente dos outros países do bloco - Brasil, Argentina e Paraguai.
"É urgente e necessário que o Mercosul faça o acordo com a União Europeia", disse Lula da Silva, referindo-se ao acordo de livre comércio alcançado em 2019 ao fim de 20 anos de negociações, que tem ainda de ser ratificado pelos vários países.
Defendendo-se das acusações de iniciativas individuais, Lacalle Pou reafirmou o compromisso do governo uruguaio com o Mercosul: "Pertencemos ao Mercosul e essa vocação não mudou: Moderno, flexível e aberto ao mundo", disse.
A visita oficial ao Uruguai terminou com o encontro com um velho amigo, o ex-presidente uruguaio José Mujica. Espetador atento da situação na América Latina e no mundo, Mujica não deixou de comentar a situação vivida no Brasil, no rescaldo da invasão às sedes dos poderes por parte de grupos bolsonaristas.
"No Brasil não há uma luta entre a esquerda e a direita, isso é falso. O que há é uma luta entre a democracia com respeito e o autoritarismo. Essa é a grande contradição", disse.
No encontro, Mujica, que dirigiu o Uruguai entre 2010 e 2015, saudou o que diz ser a intenção de Lula em abrir o Brasil ao mundo e a necessidade de defender os interesses globais da América Latina.