Lula e ministros reúnem-se no Planalto para demonstrar "normalidade" no país

O Palácio do Planalto ficou num estado de destruição particularmente desolador
O Palácio do Planalto ficou num estado de destruição particularmente desolador Direitos de autor Eraldo Peres/AP
Direitos de autor Eraldo Peres/AP
De  Ricardo Figueira com LUSA
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

O presidente brasileiro teve a primeira reunião com o governo e com os vários órgãos de soberania depois da invasão das instituições por parte de apoiantes de Bolsonaro.

PUBLICIDADE

No Brasil, vive-se o regresso possível à normalidade. O governo chefiado pelo presidente Lula da Silva já esteve reunido, um dia depois da invasão das sedes dos três poderes, protagonizada por grupos de apoiantes do ex-presidente Jair Bolsonaro. Lula reuniu-se também com representantes dos vários órgãos de soberania. 

As reuniões decorreram no Palácio do Planalto, o palácio presidencial que foi um dos alvos da invasão de domingo, num esforço para demonstrar que o país voltou à normalidade.

Mas o estado em que ficaram os edifícios, nomeadamente o Planalto, é tudo menos normal: As autoridades brasileiras encontraram vestígios de sangue, fezes e urina no local. 

O ministro da Secretaria de Comunicação, Paulo Pimenta, disse hoje aos jornalistas que a abundante matéria orgânica encontrada na sede da Presidência brasileira será utilizada para identificar os "criminosos" que causaram o caos na capital brasileira durante quatro horas e meia.

"As pessoas diziam que pareciam um bando de pessoas com ódio, fora de si, pareciam um bando de 'zombies'. Corriam pelos corredores, quebrando tudo, urinando e defecando nos corredores, dentro dos salões. Foi um ato de destruição", disse Pimenta.

As sedes dos três ramos do Governo do país estão situadas na Praça dos Três Poderes, em Brasília, que foi ocupada durante quatro horas e meia por estes grupos de extrema-direita que têm vindo a exigir, desde as eleições, uma "intervenção" militar para devolver o poder a Bolsonaro, derrotado por Lula da Silva nas eleições de outubro.

Hoje, com a situação controlada e após 1.500 detenções, foi possível observar o nível de destruição que devastou os edifícios que albergam a Presidência, o parlamento e o Supremo Tribunal.

No Planalto acumulam-se as janelas partidas, vidros espalhados no chão e até balas. No interior, existia uma galeria com as fotografias oficiais dos presidentes do país, que foi destruída.

Os amotinados também esmagaram equipamento informático e uma grande parte da coleção de arte do Palácio, que incluía valiosas pinturas, esculturas e mobiliário de grande valor histórico.

"O episódio no Brasil é mais grave do que o do Capitólio" nos Estados Unidos, a 06 de janeiro de 2021, cometido por seguidores do ex-presidente Donald Trump, porque se trata da "invasão da sede dos três ramos do Governo", disse Paulo Pimenta.

As primeiras medidas para travar o motim foram anunciadas pelo presidente na noite dos tumultos, com a intervenção federal em Brasília. O governador do Distrito Federal, ou seja, da zona da capital brasileira, foi suspenso.

O aumento da presença policial em Brasília, sobretudo na zona das sedes do poder, é visível. Uma das críticas mais apontadas às autoridades de segurança do distrito federal foi, justamente, a fraca presença e passividade da polícia.

Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Lula defende acordo China-Mercosul

Apoiantes de Bolsonaro invadem as sedes dos três poderes em Brasília

Centenas de refugiados começaram a atravessar a fronteira de Myanmar para a Tailândia