Turquia improvisa cemitério para enterrar milhares de vítimas dos sismos

Família senta-se ao lado de um edifício desmoronado enquanto espera que os corpos de familiares sejam recuperados dos escombros em Antakya, Turquia
Família senta-se ao lado de um edifício desmoronado enquanto espera que os corpos de familiares sejam recuperados dos escombros em Antakya, Turquia Direitos de autor Bernat Armangue/Copyright 2023 The AP. All rights reserved.
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Solução de emergência está a ser criada perto da cidade de Antakya, no sudeste do país.

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Naquele que outrora foi um campo de algodão em Antakya, está agora a ser construída a última morada para milhares de vítimas dos terramotos que abalaram a Turquia. As autoridades estão a tentar dar uma resposta de emergência à catástrofe e, à medida que o número de cadáveres aumenta de dia para dia, também o cemitério improvisado vai crescendo a olhos vistos.

À cidade do sudeste do país não param de chegar carrinhas brancas com mais corpos por enterrar. Metro a metro, um número apenas, numa placa de madeira, identifica quem ali foi sepultado.

Construtores detidos na Turquia

Pelo menos 6.000 edifícios desabaram na Turquia com os sismos de segunda-feira, levantando questões sobre se a tragédia poderia ter sido menor se fossem aplicados critérios de construção mais rígidos.

Para investigar possíveis negligências na construção dos edifícios, a Justiça turca criou uma unidade especial que, de acordo com o vice-Presidente do país, já emitiu mais de 110 mandados de detenção.  

Segundo a imprensa local, a polícia turca deteve no sábado pelo menos 14 pessoas nas províncias de Gaziantep e Sanliurfa e entre elas figuram construtores e engenheiros civis.

Petros Giannakouris/Copyright 2023 The AP. All rights reserved.
Um minarete permaneceu de pé no meio dos escombros das casas desmoronadas após um terramoto, em Antakya, TurquiaPetros Giannakouris/Copyright 2023 The AP. All rights reserved.

Número de mortes pode "duplicar ou mais"

Do outro lado da fronteira, na Síria, cinco membros de uma família foram retirados vivos dos escombros após 129 horas soterrados.

Mas 12 anos de guerra civil não só destruíram as infraestruturas do país como estão a dificultar a chegada de ajuda internacional.

A agência de refugiados da ONU estima que mais de cinco milhões de pessoas tenham ficado sem casa após os mais recentes sismos.

A Síria mantêm há dias o número de vítimas mortais dos terramotos pouco acima das 3.500, o que, tendo em conta a atual situação do país e a falta de informação, deixa antever que a contagem deverá estar bastante aquém da realidade.

O atual balanço das autoridades estima que os sismos tenham feito mais de 28 mil mortos nos dois países. As Nações Unidas alertam no entanto, que este número pode ficar acima do dobro.

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