Esperança sobrevive entre escombros uma semana após sismos na Turquia

Contra todas a probabilidades num cenário tão vasto de destruição, as equipas de resgate e salvamento continuam a encontrar sobreviventes dos violentos sismos que há uma semana abalaram a Síria e a Turquia.
Após 140 horas sob escombros e temperaturas extremamente baixas, também Fatma, síria de nascença, desafiou aos 25 anos as leis da probabilidade, por estar viva.
Ao final de um dia, os bombeiros conseguiram finalmente retirá-la debaixo do que dias antes era um edifício, em Antakya, na Turquia.
Abid Zengin, um dos bombeiros que fez parte dos esforços de resgate congratula-se com o momento.
"Estou muito feliz por termos encontrado outra sobrevivente. Esperamos encontrar mais em breve. Espero que encontremos mais vidas neste edifício. Vamos continuar a trabalhar. Não vamos parar".
E assim é, dia e noite, no terreno, onde os bombeiros permanecem aparentemente incansáveis na busca por sobreviventes.
A equipa envolvida no salvamento de Fatma é originária da cidade de Konya. Horas mais tarde, ainda longe de casa, voltava a correr para outro local de busca.
À luz do dia, a extensão da devastação causada pelos dois grandes terramotos que atingiram a Turquia e a Síria há uma semana é esmagadora, mesmo para os mais experientes.
"É como um pesadelo", desabafa Ebubekir, também ele bombeiro.
Mas, no campo de operações, a única coisa que se ouve destes homens é que "vale a pena".
O tempo é demasiado escasso para muitas palavras, tendo em conta as múltiplas buscas que decorrem em simultâneo um pouco por toda a cidade.
O grupo de bombeiros de Konya, que até agora retirou mais de 160 pessoas vivas dos escombros, espera continuar a devolver à vida mais pessoas.
"Somos muçulmanos. Nunca perdemos a nossa esperança. Nunca deixamos de confiar em Deus. Vamos continuar a encontrar sobreviventes".