Esperança sobrevive entre escombros uma semana após sismos na Turquia

Access to the comments Comentários
De  Anelise Borges & Euronews
Um homem fica em cima dos escombros da sua casa, destruída durante um terramoto em Antakya, no sudeste da Turquia
Um homem fica em cima dos escombros da sua casa, destruída durante um terramoto em Antakya, no sudeste da Turquia   -  Direitos de autor  Bernat Armangue/Copyright 2023 The AP. All rights reserved.

Contra todas a probabilidades num cenário tão vasto de destruição, as equipas de resgate e salvamento continuam a encontrar sobreviventes dos violentos sismos que há uma semana abalaram a Síria e a Turquia.

Após 140 horas sob escombros e temperaturas extremamente baixas, também Fatma, síria de nascença, desafiou aos 25 anos as leis da probabilidade, por estar viva.

Ao final de um dia, os bombeiros conseguiram finalmente retirá-la debaixo do que dias antes era um edifício, em Antakya, na Turquia.

Abid Zengin, um dos bombeiros que fez parte dos esforços de resgate congratula-se com o momento. 

"Estou muito feliz por termos encontrado outra sobrevivente. Esperamos encontrar mais em breve. Espero que encontremos mais vidas neste edifício. Vamos continuar a trabalhar. Não vamos parar".

E assim é, dia e noite, no terreno, onde os bombeiros permanecem aparentemente incansáveis na busca por sobreviventes. 

A equipa envolvida no salvamento de Fatma é originária da cidade de Konya. Horas mais tarde, ainda longe de casa, voltava a correr para outro local de busca.

À luz do dia, a extensão da devastação causada pelos dois grandes terramotos que atingiram a Turquia e a Síria há uma semana é esmagadora, mesmo para os mais experientes.

"É como um pesadelo", desabafa Ebubekir, também ele bombeiro.

Mas, no campo de operações, a única coisa que se ouve destes homens é que "vale a pena".

O tempo é demasiado escasso para muitas palavras, tendo em conta as múltiplas buscas que decorrem em simultâneo um pouco por toda a cidade.

O grupo de bombeiros de Konya, que até agora retirou mais de 160 pessoas vivas dos escombros, espera continuar a devolver à vida mais pessoas.

"Somos muçulmanos. Nunca perdemos a nossa esperança. Nunca deixamos de confiar em Deus. Vamos continuar a encontrar sobreviventes".