Só falta identificar os restos mortais de uma das vítimas. Os gregos exigem a atribuição de responsabilidades pelo sucedido
Pelo menos 57 pessoas morreram e mais de 80 ficaram feridas após a colisão de comboios perto da cidade de Tempe, no centro da Grécia. Mais de 60 pessoas tiveram de ser hospitalizadas e pelo menos seis ficaram nos cuidados intensivos(UCI).
Uma das composições era um comboio de passageiros, com 342 passageiros a bordo e 10 funcionários da Hellenic Trains, que fazia a ligação de Atenas, no sul do país, a Salónica, no norte. A outra era um comboio de mercadorias que circulava entre Salónica e Larissa, no centro, que levava dois funcionários a bordo.
O processo de desencarceramento levou vários dias, sobretudo nas duas primeiras carruagens do comboio de passageiros, que ficaram destruídas.
Está a decorrer uma investigação às causas desta colisão, com dois comboios a circular a alta velocidade na mesma linha e em direções opostas. O chefe da estação de Larissa foi detido pelas autoridades e já assumiu responsabilidade pela tragédia.
Os responsáveis serão julgados por crimes graves, que se podem enquadrar nos homicídios, e incorrem em penas de prisão que podem ir dos 10 anos a perpétua.
O primeiro-ministro grego disse que a prioridade são os "pais das vítimas". O nosso dever é tratar os feridos, identificar os corpos e, a partir daí, só posso garantir uma coisa: vamos apurar as causas desta tragédia e fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para que algo assim não volte a acontecer", afirmou Kyriákos Mitsotákis, já no local do acidente, ao lado do ministros das Infraestruturas e o da Proteção Civil.
A Presidente da Grécia, Katerina Sakellaropoulou, fala de "uma tragédia inimaginável". "Estamos a lutar pelos feridos. Esperamos que se recuperem rapidamente. Agradecemos às equipas de salvamento e ao corpo médico, que estão a ajudar com todas as forças as operações de desencarceramento", afirmou a chefe de Estado, expressando "profundo pesar" e todo "o apoio às famílias das vítimas".
Katerina Sakellaropoulou interrompeu uma visita de Estado à Moldávia e regressou de imediato à Grécia, logo no dia do acidente.
O Parlamento grego colocou a bandeira helénica a meia haste, tal como fez a Comissão Europeia nos respetivos edifícios oficiais.
Ursula von der Leyen expressou solidariedade ao povo grego "depois do terrível acidente ferroviário que ceifou tantas vidas ontem à noite em Larissa".
O Presidente da Ucrânia também se manifestou solidário através de uma publicação nas redes sociais escrita em grego expressando "profundas condolências ao povo grego pela perda de vidas".
A colisão dos comboios ocorreu pouco antes da meia-noite local (menos duas horas em Lisboa) e causou ainda um incêndio na zona. O fogo foi extinto rapidamente e os trabalhos passaram a concentrar-se no desencarceramento dos comboios e na investigação das causas da colisão.
O acidente motivou a revolta na Grécia e os protestos contra a política de privatizações do governo e a gestão das linhas férreas tem subido de tom.