Quem é o alegado autor da fuga de documentos secretos?

FBI já deteve Jack Teixeira, alegado responsável pela recente fuga de documentos ultra-secretos
FBI já deteve Jack Teixeira, alegado responsável pela recente fuga de documentos ultra-secretos Direitos de autor STEFANI REYNOLDS/AFP or licensors
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Jack Teixeira, de 21 anos e elemento da Guarda Nacional Aérea é o alegado responsável pela fuga de documentos mais grave da última década

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Agentes do FBI já detiveram Jack Teixeira, um militar norte-americano alegadamente na origem de uma fuga de documentos ultra-secretos dos serviços secretos dos EUA, que provocou uma enorme  tempestade em Washington.

Mas quem é Jack Teixeira? E o que sabemos sobre ele?

Jack Douglas Teixeira, de 21 anos, serviu na Guarda Nacional Aérea de Massachusetts.

Teixeira é um piloto de primeira classe destacado para uma unidade de inteligência da Força Aérea, tendo apenas terminado o ensino secundário em 2020. O facto de um membro júnior deste tipo poder aceder a informação altamente secreta levantou questões, com alguns a sugerirem que apontava para falhas de segurança mais amplas dentro das estruturas de segurança do governo dos EUA.

Originário de North Dighton, Massachusetts, Jack Teixeira era membro de um grupo privado online que partilhava informações sobre jogos de vídeo, religião, armas e memes.

Segundo a agência Associated Press (AP), alguns membros deste grupo eram racistas.

Ao abrigo do pseudónimo "OG", Teixeira teria partilhado muitos documentos no grupo "Thug Shaker Central", grupo que inclui algumas dezenas de membros, na sua maioria homens. 

Foi a partir daqui que os documentos se espalharam pela Internet, chegando aos canais russos do Telegram, e mais tarde aos meios de comunicação social ocidentais.

Os membros do grupo privado teriam sido alegadamente convidados a revelar a identidade do responsável pela fuga.

Uma pessoa envolvida nas investigações citada pela agência AP afirmou que Teixeira, cuja família tem uma história de serviço nas forças armadas, se opunha a muitos dos objetivos do governo dos EUA denunciando os militares "uma vez que eram dirigidos pela elite política".

"Ele manifestou descontentamento relativamente a muita coisa", disse este indivíduo sob anonimato. 
"Ele até disse que me dava uma tareia se eu pensasse em aderir", disse. 

Este indivíduo próximo de Jack não acredita que ele tenha revelado os documentos para comprometer o governo dos EUA ou por razões ideológicas.

Ainda assim, as consequências foram significativas, com Washington a dizer no início da semana que a segurança nacional estava em risco.

Ao abrigo da Lei da Espionagem, Jack Teixeira pode vir a enfrentar uma pena de prisão que pode ir até 20 anos de prisão.

-/AFP or licensors
Imagem aérea da detenção de Jack Teixeira-/AFP or licensors

Outro membro do chatroom descreveu Teixeira como um jovem e carismático entusiasta de armas.

Outros disseram que ele era mais velho do que a maioria dos restantes membros do grupo, na sua maioria adolescentes, e que queria muito impressioná-los.

No trabalho, era um "especialista em sistemas cibernéticos de transportes" ou essencialmente um especialista em TI responsável pelas redes de comunicações militares, incluindo cabos e centros.

Tinha um nível de habilitação de segurança mais elevado do que a maioria porque tinha a tarefa de assegurar a protecção da rede, disse à AP um funcionário da defesa.

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Utilizando vários pseudónimos online, tais como TexKilledYou e TheExcaliburEffect, o antigo funcionário de 21 anos de idade partilhava versões escritas dos documentos classificados na sala de chat.

No entanto, ninguém terá reparado, o que lhe teria causado alguma frustração.

A situação só mudou quando Jack Teixeira começou a publicar fotografias.

"Ele ficou perturbado, e disse em várias ocasiões, se vocês não vão interagir com eles [os ficheiros, Ed.], vou deixar de os enviar", afirmou outro membro não identificado do grupo ao jornal Washington Post.

Outro membro avançou uma teoria sobre a razão pela qual Teixeira teria partilhado o material.

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"Este indivíduo é cristão, antiguerra e só queria informar alguns dos seus amigos sobre o que se está a passar", disse ele ao The New York Times.

Soldados recém-saídos do liceu e que foram lutar no Iraque e no Afeganistão utilizaram no passado informações e programas ultra-secretos para lutar contra adversários.

A folha de serviço de Teixeira não sugere qualquer destacamento para o estrangeiro.

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