Guterres denuncia violação da Carta da ONU pela Rússia perante Conselho de Segurança

Guterres e Lavrov
Guterres e Lavrov Direitos de autor John Minchillo/Copyright 2023 The AP. All rights reserved.
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Secretário-geral criticou frontalmente Moscovo no Conselho de Segurança e transmite mensagem a Putin. Lavrov lamenta desrespeito pelo multilateralismo

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O facto de ser a Rússia a presidir o Conselho de Segurança da ONU não impediu o secretário-geral António Guterres de expor frontalmente a devastação que o Kremlin está a causar na Ucrânia e, por arrasto, na economia mundial. 

O embate de palavras decorreu em plena sessão do conselho. António Guterres apontou o dedo com bastante clareza a quem está a violar o direito internacional.

"As tensões entre grandes potências atingiram um pico histórico, assim como os riscos de conflito, entre as desventuras ou os erros de cálculo. A invasão russa da Ucrânia, em violação da Carta das Nações Unidas e da lei internacional, está a provocar um sofrimento massivo e a devastação do país e do seu povo, agravando a instabilidade económica global desencadeada pela pandemia de Covid-19", afirmou o secretário-geral da ONU.

Guterres disse ainda ser essencial "fazer melhor, fazer mais e fazer mais rápido". "E isso deve começar com os países a comprometerem-se de novo com as suas obrigações sob a Carta das Nações Unidas, colocando em primeiro lugar a dignidade e os direitos humanos, e dando prioridade à prevenção de conflitos e crises", acrescentou.

A Rússia não se ficou. "Como na Guerra Fria, mais uma vez nos aproximamos de um limite perigoso, se calhar ainda mais perigoso. A situação é agravada pela perda de fé no multilateralismo, pela agressão financeira e económica do Ocidente que destrói os benefícios da globalização, com os Estados Unidos e os seus aliados a abandonar a diplomacia e fazer braço de ferro no terreno de batalha. Tudo isto dentro das paredes da ONU, criada para evitar os horrores da guerra", contrapôs Sergey Lavrov, o responsável diplomático russo.

Os embaixadores da União Europeia denunciaram o "cinismo" da Rússia. A embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Linda Thomas-Greenfield, pediu diretamente a Lavrov a libertação de norte-americanos detidos na Rússia, incluindo o jornalista Evan Gershkovich.

Guterres e Lavrov tiveram ainda uma reunião, na qual o secretário-geral da ONU entregou uma carta dirigida ao Presidente Vladimir Putin propondo uma forma de "melhorar, prolongar e expandir" a chamada "Iniciativa do Mar Negro", que visa abrir caminho à exportação segura de produtos alimentares a partir dos portos ucranianos por aquela via marítima, tendo em atenção também as preocupações do Kremlin na exportação dos respetivos produtos alimentares e fertilizantes.

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