Kiev: Mais de 50 ataques com drones Shahed no dia da cidade

Um dos edifícios atingido em Kiev pelos drones russos no fim de semana
Um dos edifícios atingido em Kiev pelos drones russos no fim de semana Direitos de autor Vasilisa Stepanenko/Copyright 2023 The AP. All rights reserved
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A Ucrânia foi fustigada com dezenas de ataques russos durante o fim de semana. Os drones tiveram como alvo sobretudo a cidade de Kiev, na data de aniversário da sua fundação.

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O ataque russo com drones de fabrico iraniano, que atingiu sobretudo a região de Kiev na noite de sábado para domingo, fez pelo menos dois mortos e três feridos. 

Um dos edifícios mais atingidos era a sede da Sociedade Ucraniana de Cegos e era frequentado, sobretudo, por pessoas cegas em busca de apoio, segundo testemunhas locais.

O presidente ucraniano diz que este é o maior ataque deste tipo alguma vez lançado pela Rússia e confirmou que a maior parte dos drones foi abatida pelas defesas ucranianas.

"Hoje, o nosso país sofreu um dos maiores ataques russos de "Shaheds" - 54 drones de uma só vez. Quase todos eles foram abatidos... Quase!... Infelizmente, houve ataques na região de Zhytomyr. Faremos tudo para ajudar a recuperar o que foi danificado", afirmou, tendo classificado o ataque como "terrorista". 

Este domingo celebrou-se o dia da cidade de Kiev, um dia que antes da guerra era marcado por concertos e festejos. Segundo as autoridades, a escolha do dia para estes ataques não foi um mero acaso.

Segundo Serhii Popko, um alto funcionário militar de Kiev, o ataque durou mais de cinco horas, tendo a defesa aérea abatido mais de 40 drones.

Fim de semana marcado por muitos ataques

A Ucrânia disse que a noite de sábado também foi marcada por uma chuva de drones. Dos 59 drones lançados, 58 foram abatidos por sistemas de defesa aérea, de acordo com o Estado-Maior das Forças Armadas.

Na província de Kharkiv, no nordeste do país, o governador regional, Oleh Syniehubov, declarou que uma mulher de 61 anos e um homem de 60 anos foram mortos em dois ataques de bombardeamento distintos.

As autoridades locais da região de Krasnodar, no sul da Rússia, disseram que os sistemas de defesa aérea destruíram vários drones quando estes se aproximavam da refinaria de petróleo de Ilsky. 

O governador da província de Luhansk, no extremo leste da Ucrânia, Leonid Pasechnik, apoiado pela Rússia, disse que duas pessoas foram mortas no domingo em bombardeamentos ucranianos na cidade de Almaznaya.

A região de Belgorod, no sul da Rússia, que faz fronteira com a Ucrânia, também foi atacada pelas forças ucranianas no sábado, segundo as autoridades locais. O governador regional Vyacheslav Gladkov informou no domingo que uma rapariga de 15 anos e um rapaz de 17 foram feridos no bombardeamento.

Também no domingo, o número de mortos do ataque de mísseis de sexta-feira à cidade central ucraniana de Dnipro, a capital regional da província de Dnipropetrovsk, subiu para quatro. O governador, Serhii Lysak, disse que três pessoas que eram consideradas desaparecidas foram confirmadas como mortas. O ataque, que atingiu um edifício que continha clínicas de psicologia e veterinária, fez 32 feridos, entre os quais duas crianças.

Escalar a guerra para uma nova dimensão

No contexto dos ataques de drones de sábado à noite, o embaixador da Rússia no Reino Unido, Andrei Kelin alertou para uma escalada na Ucrânia. O embaixador disse à BBC, no domingo, que o seu país dispõe de "enormes recursos" e que ainda tem de "atuar muito seriamente", advertindo que o fornecimento de armas à Ucrânia por parte do ocidente corre o risco de fazer escalar a guerra para uma "nova dimensão". A duração do conflito, disse, "depende dos esforços de escalada da guerra que estão a ser desenvolvidos pelos países da NATO, especialmente pelo Reino Unido".

Os comentários de Kelin são típicos da retórica dos responsáveis russos relativamente ao poderio militar de Moscovo, mas contradizem os relatos regulares do campo de batalha de que as tropas russas estão mal equipadas e treinadas.

Os ataques de drones contra as regiões fronteiriças russas têm sido uma ocorrência regular desde o início da invasão em fevereiro de 2022, tendo os ataques aumentado no mês passado. No início deste mês, uma refinaria de petróleo em Krasnodar foi atacada por drones em dois dias consecutivos.

As defesas aéreas ucranianas, reforçadas por sofisticados sistemas fornecidos pelo ocidente, têm sido hábeis a impedir os ataques aéreos russos - tanto de drones como de mísseis aéreos.

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