Rússia bombardeia cidades-chave para o acordo de cereais da Ucrânia

A arte de TvBoy numa parede atingida por estilhaços russos em Ispin, Ucrânia
A arte de TvBoy numa parede atingida por estilhaços russos em Ispin, Ucrânia Direitos de autor AP Photo/Jae C. Hong/Arquivo
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De  Francisco Marques
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Odessa e Mykolaiv alvejadas com mísseis e foguetes. Há pelo menos um morto e diversos feridos. Ataque ucraniano na Crimeia também terá feito um morto

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Mais uma noite de inferno em Odessa e Mykolaiv, cidades costeiras no sul da Ucrânia, a oeste da Crimeia.

As duas cidades, que albergam portos essenciais para a Iniciativa do Mar Negro de exportação de cereais, foram alvejadas pela Rússia com mísseis de médio e longo alcance. 

Pelo menos duas pessoas morreram em Odessa, segundo informou o governador Oleh Kiper. Em Mykolaiv há registo de pelo menos um morto.

Os bombardeamentos fizeram também pelo menos duas dezenas de feridos, incluindo várias crianças.

Em Odessa, o bombardeamento provocou um incêndio, que afeta uma área com cerca de 300 metros quadrados.

Putin avança condições para regresso do acordo dos cereais

O chefe do Kremlin precisou, entretanto, as condições para que a Rússia aceite uma reativação do acordo dos cereais.

Vladimir Putin, presidente da Rússia: "A primeira exigência é a retirada das sanções aos fornecimentos de cereais e fertilizantes russos para os mercados mundiais. Segundo, todos os obstáculos aos bancos e instituições financeiras russas que servem os fornecimentos de alimentos e fertilizantes devem ser removidos. Estamos a falar na sua ligação imediata ao sistema bancário internacional SWIFT. Não precisamos de quaisquer promessas e ideias nesta questão. Queremos que estas condições sejam cumpridas."

Depois de ter expirado o acordo dos cereais, as forças russas avisaram que qualquer navio que se dirigisse a um porto ucraniano seria considerado como um alvo militar. 

A Ucrânia, por seu lado, exige uma vigilância internacional do Mar Negro.

Kupyansk também visada por ataques

Também Kupyansk foi alvo das bombas russas na noite de quarta-feira. Pelo menos uma pessoa morreu, uma mulher de 50 anos, relatou o procurador regional de Karkhiv. Várias casas particulares ficaram danificadas.

A Ucrânia detalha que a Rússia lançou sete mísseis de cruzeiro Onyx do complexo costeiro Bastion, na Crimeia); quatro mísseis de cruzeiro Kh-22 a partir de oito aeronaves Tu-22MZ, que sobrevoavam o Mar Negro; três mísseis de cruzeiro Kalibr a partir de barcos no mar, presumivelmente de um submarino no Mar Negro; cinco mísseis de cruzeiro terrestres Iskander-K, da Crimeia; e 19 drones do tipo Shahed-136/131, de fabrico iraniano, a partir do sul (Chauda, ​​​​Crimeia) e do nordeste (Kursk).

As defesas antiaéreas ucranianas conseguiram destruir 18 projéteis: dois mísseis Kalibr, três Iskander -K e 13 drones Shahed-136/131".

As forças russas dispararam ainda 69 foguetes. A Ucrânia avisa que a possibilidade de mais ataques aéreos permanece alta em todo o território.

As forças armadas da Ucrânia revelaram ainda ter conduzido mais de 20 ataques aéreos contra alvos militares dos ocupantes russos.

Do lado afeto ao Kremlin, foi denunciado um ataque ucraniano com drones na região ocupada da Crimeia, que terá danificado quatro prédios de serviços administrativos na localidade de Razdolnoye.

Uma adolescente com cerca de 15 anos terá morrido e o estado de emergência foi acionado na região.

O grupo de combate Vostok, mobilizado na região de Donetsk, alega ter neutralizado duas brigadas ucranianas de reconhecimento que se deslocavam no eixo entre Yuzho-Donetsk e Zaporíjia.

Outras fontes • Interfax, Tass, Guardian

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