Putin disse a Lukashenko: "A contra-ofensiva da Ucrânia falhou"

Alexandr Lukashenko e Vladimir Putin, em São Petersburgo, 23 de julho de 2023
Alexandr Lukashenko e Vladimir Putin, em São Petersburgo, 23 de julho de 2023 Direitos de autor Alexander Demianchuk, Sputnik, Kremlin Pool Photo via AP
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Foi o primeiro encontro dos dois aliados desde o acordo que levou o Grupo Wagner para a Bielorrússia. Os mercenários, a Polónia e a Ucrânia dominaram a conversa.

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O presidente russo, Vladimir Putin, recebeu este domingo, para conversas em São Petersburgo, o seu aliado mais próximo, o presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko.

É a primeira vez que os dois se encontram desde que Lukashenko ajudou a intermediar o acordo para pôr fim ao motim de combatentes do grupo Wagner dentro da Rússia, no mês passado.

Segundo as agências de notícias russas, no encontro, Putin disse que a contra-ofensiva da Ucrânia "falhou".

Lukashenko afirmou que "Não há contra-ofensiva", ao que Putin respondeu: "Existe, mas falhou."

A Ucrânia começou a sua contra-ofensiva no mês passado, mas aparentemente as forças russas ainda controlam mais de um sexto do seu território, após quase 17 meses de guerra.

Mercenários do Wagner querem avançar para Varsóvia?

O presidente da Bielorrússia expressou preocupação de que os mercenários do Grupo Wagner que estão estacionados no seu país queiram avançar para Varsóvia, devido ao apoio da Polónia ao exército ucraniano.

“Os combatentes do Wagner começaram a preocupar-nos. Estão a pedir para irem para o Ocidente. 'Vamos lá!, dizem e eu pergunto, por que é que vocês querem ir para o Ocidente?  E eles respondem: 'Estamos a controlar o que está a acontecer'. 'Vamos fazer uma excursão a Varsóvia, a Rzeszow.'"

Lukashenko alertou Putin de que Varsóvia transferiu tropas para mais perto das fronteiras do estado da União, sublinhando que a separação dos territórios ucranianos ocidentais e a transferência para a Polónia (sugerida por alguns especialistas e meios de comunicação em caso de colapso da Ucrânia) era inaceitável para a Bielorrússia. 

Prigozhin deu sinal de vida a 19 de julho

Pelo acordo que pôs fim ao levante de 23 a 24 de junho, o chefe do Wagner, Yevgeny Prigozhin, concordou em se mudar para a Bielorrússia, enquanto os mercenários tinham duas opções: voltar para casa, acompanhá-lo ou subordinar-se ao Ministério da Defesa.

Após várias semanas de incerteza, a 14 de julho, o Ministério da Defesa da Bielorrússia anunciou a chegada das primeiras colunas de combatentes Wagner.

Já esta semana, a 19 de julho, Prigozhin postou um vídeo da Bielorrússia dando as boas-vindas aos mercenários, garantindo-lhes que retornarão à África, embora não tenha descartado um futuro retorno ao campo de batalha na Ucrânia.

Durante sua estada, os mercenários russos transformarão o exército bielorrusso no "segundo do mundo", previu Prigozhin. 

No dia seguinte, as Forças Armadas da Bielorrússia relataram treinamento conjunto com membros do Wagner na fronteira com a Polónia, que, imediatamente, anunciou o envio de duas unidades militares para a área.

No total, existem agora alguns milhares de mercenários na ex-república soviética, embora o Wagner estime que esse número chegue em breve a 10.000.

O Grupo Wagner afirma que atualmente tem 25.000 mercenários "vivos e saudáveis", aos quais se somam os feridos que se recuperam.

O Ministério das Relações Exteriores da Polónia convocou o embaixador russo no país, após as declarações de Putin durante a reunião do Conselho de Segurança da Rússia, na sexta-feira.

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Putin lembrou, na altura, que as regiões ocidentais polacas foram "um presente de Estaline" e alertou Varsóvia que um ataque a Minsk significaria uma agressão contra a Rússia.

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