Debate pouco profundo e distanciamento das necessidasdes reais dos polacos afasta eleitores.
A campanha eleitoral na Polónia começou há uma semana. Linguagem dura, temas militares e polarização são os principais eixos desta campanha. Mas pode não ser isto o que os eleitores querem. Jogar apenas com as emoções ( e não com argumentos) pode não dar aos partidos o sucesso que esperam.
"Sinto falta de um debate de profundo. Claro que deve haver a mensagem simples e concreta, mas ela não pode substituir inteiramente o programa do partido," afirma um apoiante do partido Direita Unida.
De acordo com especialistas, a linguagem e a mensagem da campanha deste ano são resultado da situação tensa na região e no país.
“A militarização aprofundada da língua, isto é naturalmente compreensível devido à guerra em curso. Os partidos tentam mostrar que estão propor algumas ações que proporcionam segurança; e a necessidade de segurança é básica. Mas, por outro lado, a brutalização da campanha na Polónia decorre de uma polarização mais profunda," explica a Professora Malgorzata Moleda-Zdziech, Escola de Economia de Varsóvia:
"Temos de separar a linguagem e os slogans do partido no poder da oposição amplamente compreendida. O partido no poder foi provavelmente mal gerido pelos especialistas da comunicação social, porque o slogan [Futuro seguro para os polacos] é muito fraco. A linguagem da oposição é desagradável, insultando até a inteligência dos seus apoiantes. Evidentemente há uma preocupação, provavelmente justificada, sobre um possível mau resultado eleitoral," considera Katarzyna Biel, apoiante do Plataforma Cívica.
O partido nacionalista Confederação parece ser o que mais beneficia da luta entre os dois maiores partidos e de uma linguagem menos agressiva.
"Os principais partidos, da Lei e Justiça e da Plataforma Cívica, considero as suas campanhas bastante negativas, penso que se preocupam mais com o processo eleitoral do que com as necessidades reais dos polacos. O partido da Confederação é um pouco diferente, tenta não envolver-se em quaisquer disputas mediáticas," diz Maciej Korneluk, apoiante do Confederação.