Putin quebra silêncio sobre morte de Yevgeny Prigozhin

Vladimir Putin com Yevgeny Prigozhin
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Por entre acusações de homicídio por encomenda, Putin lembra um "homem talentoso, que cometeu erros graves".

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Vladimir Putin já reagiu à morte do líder do grupo privado militar Wagner e outras altas figuras da organização, num desastre de avião na quarta-feira. O presidente russo enviou uma mensagem de condolências à família de Yevgeny Prigozhin em que diz que o controverso líder militar, que em junho protagonizou uma revolta contra o Kremlin, era "um homem talentoso que cometeu alguns erros". As autoridades russas dizem que está em curso uma investigação sobre o acidente.

"Conheci Prigozhin no início dos anos 90. Foi um homem com um percurso complicado, que cometeu erros graves ao longo da vida, mas que sempre soube atingir os seus fins, tanto para ele próprio como para a causa comum, como se viu nos últimos meses", disse o presidente russo.

Prigozhin foi um homem com um percurso complicado, que cometeu erros graves ao longo da vida, mas que sempre soube atingir os seus fins
Vladimir Putin
Presidente da Rússia

A agência russa de transporte aéreo, Rossaviatsia, confirmou que Yevgeny Prigozhin estava a bordo do avião, num voo de Moscovo para São Petersburgo que caiu na noite de quarta-feira, na região de Tver.

Nenhum dos sete passageiros e três tripulantes sobreviveu.

Os supostos mortos também incluem o braço direito de Prigozhin, Dmitri Utkin, um misterioso ex-oficial da inteligência militar russa e comandante operacional do Wagner. Outro nome é Valéri Tchekalov, que os media russos apresentam como gerente da logística do grupo.

O professor da Universidade Livre de Riga, Dmitry Oreshkin, comenta: “Esta é uma ação demonstrativa. Afinal, Prigozhin poderia ter sido envenenado discretamente e teria morrido de ataque cardíaco, como muitos oponentes anteriores de Putin ou dos seus generais. Mas há vários fatores em jogo aqui. Em primeiro lugar, é claro que não basta retirar uma pessoa, é preciso retirar as pessoas em torno dele, pois provavelmente elas tinham um plano B, de como agir em caso de perda do chefe e esse plano, provavelmente, não era útil para Vladimir Putin. Portanto, o ideal é eliminá-los todos juntos, o que, de fato, aconteceu.”

A "pista mais óbvia"

Nas redes sociais, contas próximas do Wagner já sugeriam na noite de quarta-feira que um míssil terra-ar tinha sido disparado para explicar a tragédia, alimentando especulações de que ele teria sido assassinado.

Durante a revolta armada de 24 horas, Vladimir Putin teve dificuldade em esconder a sua raiva, acusando Prigozhin de "traição".

Embora algumas pessoas online sugiram que o líder mercenário encenou o seu desaparecimento, Margarita Simonian, a responsável da RT, um dos meios de comunicação estatais, e uma firme apoiante de Putin, não acredita nisso.

“Pessoalmente, estou inclinada para a pista mais óbvia”, escreveu ela no X, o antigo Twitter.

Durante a noite, algumas pessoas reuniram-se em frente à sede do Wagner, em São Petersburgo, colocando cravos vermelhos, velas, caveiras e ossos cruzados em frente ao prédio.

Zelenskyy desmente envolvimento ucraniano

Volodymyr Zelenskyy, presidente da Ucrânia, reagiu com humor à possibilidade de haver envolvimento ucraniano na morte da cúpula do grupo Wagner: "Quando pedimos ajuda a vários países a respeito dos aviões, não era isto que tínhamos em mente", disse na conferência de impremsa conjunta com o presidente português Marcelo Rebelo de Sousa. "É claro que não temos nada a ver com esta situação, todos sabemos de quem é a culpa", acrescentou.

Inimigo público desde junho

De 23 para 24 de junho, Yevgeny Prigozhin liderou uma rebelião contra o Estado-Maior russo e o ministro da Defesa, Sergei Shoigu, marchando sobre Moscovo, tomando um quartel-general militar e abatendo aviões do exército russo.

O motim foi abandonado após mediação do presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko.

O acordo previa que Prigozhin se exilasse na Bielorrússia, juntamente com os homens que desejassem segui-lo, e que todas as acusações fossem retiradas, mas o chefe do Grupo Wagner continuou a ir à Rússia e até ao Kremlin.

Na noite de segunda-feira tinha surgido num vídeo em que afirmava estar em África para “tornar a Rússia ainda maior”.

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