Morte de jovem curda iraniana precipitou vaga de protestos reprimidos pelo regime de Teerão
Há um ano, as redes sociais enchiam-se de vídeos de protestos no Irão. Mulheres revoltadas queimavam o "hijab", o tradicional véu islâmico que cobre a cabeça e os ombros e colocavam nas bocas do mundo o nome de Mahsa Amini.
A jovem curda iraniana morreu a 16 de setembro de 2022. Tinha sido detida pela polícia dos costumes por alegado uso indevido do "hijab."
Foi declarada morta depois de passar três dias em coma.
O caso precipitou uma vaga de protestos global, contra a repressão do regime de Teerão.
As autoridades iranianas responderam com restrições no acesso à Internet e redes sociais.
O regime acusou os EUA e Israel de incentivar os protestos e tentou colocar ordem em casa, mas o movimento a favor das mulheres iranianas e da liberdade foi crescendo.
Pelo meio houve detenções, centenas de mortes, e vários manifestantes foram condenados à pena capital por protestarem.
Em fevereiro, o governo anunciou o perdão a milhares de prisioneiros, mas começaram depois a multiplicar-se casos de meninas intoxicadas por gás em escolas.
A repressão acabaria por silenciar os protestos ao longo do tempo.
O governo restabeleceu as patrulhas da polícia dos costumes, mas nas ruas ainda há mulheres sem véu em memória de Mahsa Amini.
Na véspera do aniversário da morte da jovem curda há mais polícia, para prevenir a escalada de uma revolta latente.