Narges Mohammadi contesta a falta de cuidados médicos nas prisões e a obrigatoriedade do uso de véu islâmico para as mulheres.
Narges Mohammadi, vencedora do Nobel da Paz deste ano, deu início a uma greve de fome. A iraniana, detida desde 2021, contesta a falta de cuidados médicos para os presos e a obrigatoriedade do uso de véu islâmico, ou hijab, para as mulheres.
A ativista, que, segundo a família necessita de cuidados urgentes, viu uma tranferência hospitalar recusada pelo diretor do estabelecimento prisional por rejeitar cobrir a cabeça.
Presa 13 vezes, condenada cinco vezes a um total de 31 anos de prisão e a 154 chicotadas, Narges Mohammadi é, aos 51 anos, um dos principais rostos do movimento "Mulheres, Vida, Liberdade", nascido do protesto contra a repressão das mulheres, após a morte de Mahsa Amini, no Irão.
Numa mensagem de agradecimento pelo Nobel, lida pela filha, descreveu o hijab obrigatório como a “principal fonte de controlo e repressão na sociedade, destinada a manter e perpetuar um governo religioso autoritário”.