Ayatollah Ali Khamenei reconheceu que ataque a Israel fez poucos estragos mas garante que o que importa é a "emergência da vontade" da nação e do exército do Irão.
O líder supremo do Irão desvalorizou o debate sobre se o ataque sem precedentes de Teerão a território israelita chegou a causar estragos, reconhecendo que, apesar da agressão, poucos projéteis atingiram efetivamente alvos.
Num encontro com altos responsáveis militares iranianos, o Ayatollah Ali Khamenei não mencionou sequer a retaliação israelita da semana passada, que teve como alvo a cidade de Isfahan, ainda que o Irão tenha tido mesmo necessidade de ativar as defesas antiaéreas e suspender voos comerciais em praticamente todo o espaço aéreo nacional.
"Debates da outra parte sobre quantos mísseis foram disparados, quantos atingiram o alvo e quantos não atingiram, são de importância secundária", disse o líder iraniano. "A principal matéria é a emergência da vontade da nação iraniana e do exército iraniano numa importante arena internacional", frisou o Ayatollah Ali Khamenei, citado pela AP.
O Irão lançou centenas de drones, mísseis balísticos e de cruzeiro, numa tentativa de enfraquecer as defesas aéreas de Israel, no ataque de 13 de abril - o primeiro ataque a Telavive levado a cabo por um regime estrangeiro desde que o ditador iraniano Saddam Hussein ordenou o lançamento de mísseis contra Israel em 1991, durante a Guerra do Golfo.
As defesas aéreas israelitas, porém, auxiliadas pelos Estados Unidos, Reino Unido e pela vizinha Jordânia, conseguiram abater a maioria do fogo iraniano.
Imagens analizadas pela AP revelaram que o ataque iraniano a Israel causou danos ligeiros apenas numa base aérea em Nevatim, no sul de Israel.
O Irão atacou território israelita depois de um alegado ataque de Israel ter destruído um edifício consular iraniano em Damasco, na Síria, matando altos militares da Guarda Revolucionária iraniana.
Desde o início da ofensiva na Faixa de Gaza, Israel tem atacado ocasionalmente alvos de aliados do Irão na região, sobretudo o Hezbollah, no sul do Líbano, mas também na Síria e, alegadamente, no Iraque.
Analistas realçam que o facto de tanto Israel como Irão não referirem com frequência as trocas de fogo evidencia que tentam minimizar a situação, o que significa que os dois países não estarão interessados num conflito direto.