Comité Nobel apela Teerão a libertar Narges Mohammadi. Ativista cumpre pena de prisão de 10 anos por "propaganda contra o Estado"
É uma das mais vozes mais fortes a defender os direitos humanos no Irão, a lutar contra a opressão das mulheres, e acabou de receber o Prémio Nobel da Paz. A ativista Narges Mohammadi encontra-se encarcerada na prisão de Evin, onde cumpre uma pena de 10 anos por "divulgar propaganda contra o Estado".
Berit Reiss-Andersen, do Comité Nobel, declarou: "Ao atribuir-lhe o Prémio Nobel da Paz deste ano, o Comité Nobel Norueguês pretende honrar a sua corajosa luta pelos direitos humanos, pela liberdade e pela democracia no Irão. O Prémio Nobel da Paz deste ano reconhece também as centenas de milhares de pessoas que, no ano passado, se manifestaram contra as políticas de discriminação e opressão do regime teocrático contra as mulheres".
"Libertem a laureada do Nobel", rematou Berti Reiss-Andersen. A luta de Narges Mohammadi contra a pena de morte e a obrigatoriedade do uso do hijab para as mulheres continua atrás das grades, onde escreve artigos e incentiva aos protestos contra o regime, que emergiram após a morte de Mahsa Amini.
Presa várias vezes e torturada, está presa desde 2016. É vice-presidente do Centro de Defensores dos Direitos Humanos, liderado por Shirin Ebadi, também recipiente do Prémio Nobel da Paz.
Em entrevista à Euronews, o marido de Mohammadi, Taghi Rahmani, pediu mais pressão sobre o regime iraniano por parte das autoridades europeias.